Realização do Carnaval 2022 exige um debate técnico e racional, defende Abrape

Chapéu e adereços de Carnaval. Foto: Pikist

Chapéu e adereços de Carnaval. Foto: Pikist

A Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) defende que os poderes públicos abram um diálogo técnico e racional amplo sobre a realização do Carnaval 2022.

“Qualquer debate sobre o tema deve acompanhar o processo de retomada das atividades de cultura e entretenimento que já está em andamento nos estados, além das particularidades dos tipos diferentes de eventos, turismo e festas de Carnaval. Há evento público, evento privado em espaço público, evento privado em espaço privado. A discussão não pode ser simplista e com generalizações”, explica Doreni Caramori Júnior, empresário e presidente da instituição.

Ele defende que haja um debate franco nos 27 estados e os municípios interessados em regulamentar o tema com critérios objetivos, definindo o que é possível fazer em cada local.

“Estamos em um cenário onde o país avança com a imunização em massa, com desempenho melhor até do que EUA e países da Europa. Os eventos e outras atividades que reúnem grande fluxo de pessoas, como shoppings e aeroportos, não têm que sofrer restrições. O que deve ser discutido são os protocolos, respeitando as projeções locais e os tipos de Carnaval, que vai desde bailes com mil, cinco mil pessoas, em espaços particulares, até festas de rua para um milhão de pessoas”, destaca.

Doreni utiliza dados científicos como argumento. Em especial o Radar de Eventos do Brasil, uma iniciativa inédita da Abrape que cria um índice seguro e data exata para a retomada das atividades, cruzando dados atualizados e projetados do panorama geral de vacinação e número de vítimas da Covid-19.

“Pelo estudo, os eventos de cultura e entretenimento já têm segurança para serem realizados desde setembro no Brasil. Comprova, também, que eventos já realizados não tiveram impacto no número de casos onde foram realizados. Temos, atualmente, uma média de 40 novos casos por milhão de habitantes, o que significa o impacto da imunização e legitimidade da retomada das atividades”, explica.

Politização

De acordo com estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)), cerca de R$ 8 bilhões deixaram de circular na economia com o cancelamento das festas de Carnaval e deixaram de gerar 25 mil empregos temporários em janeiro e fevereiro, no país, em 2021. “Os números mostram, portanto, que o debate não pode ser feito com generalizações. Muitas decisões de cancelamento estão sendo, muitas vezes, populistas. Há locais, também, onde as prefeituras não têm orçamento para realizar as festas e que usam a proibição como justificativa”, afirma o presidente da Abrape.

Doreni completa: “Temos confiança de que o processo de retomada não sofrerá retrocessos. Com racionalidade, os temas técnicos que sustentam a retomada das atividades não serão substituídos por decisões monocráticas e populistas. Acreditamos na sensibilidade dos poderes públicos para que não tomem decisões simplistas que atrasem este processo que está em andamento. Pedimos, também, que todos se vacinem e se envolvam na divulgação das campanhas de imunização para garantir a segurança de toda a sociedade e de quem vai aos eventos”.

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