Queiroz demitiu ex-mulher de miliciano para blindar Flávio Bolsonaro, diz MP

Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro. Foto: Reprodução de Internet

Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro. Foto: Reprodução de Internet

O ex-assessor Fabrício Queiroz demitiu Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, ex-mulher de Adriano Magalhães da Nóbrega, para evitar uma vinculação entre o gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro quando o parlamentar ocupava um cargo na Assembleia Legislativa e o criminoso, apontado como o chefe de um grupo de matadores profissionais e suspeito de participação no assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco.

Segundo investigações do Ministério Público do Rio, em 6 de dezembro de 2018, Queiroz comunicou por Whatsapp a Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega que ela fora exonerada do gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Neste dia foi tornado público que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro era alvo de uma investigação por movimentações milionárias. Queiroz movimentou R$ 7 milhões de 2014 a 2017, de acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A íntegra da conversa foi extraída do celular de Danielle, apreendido pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-RJ, durante a Operação “Os Intocáveis”, em janeiro deste ano.

De acordo com informações do jornal “O Globo”, o ex-assessor confirmou o conteúdo e disse, por meio de seus advogados, que “tais diálogos tinham como objetivo evitar que se pudesse criar qualquer suposição espúria de um vínculo entre ele e a milícia”.

O senador Flávio Bolsonaro fez homenagens ao ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega na Alerj. Ele foi apontado pelo MP-RJ como chefe do Escritório do Crime, que faz exploração mobiliária ilegal. As investigações da Polícia Civil do Rio apontam vinculação entre a facção e o homicídio contra a ex-vereadora Marielle Franco, que era ativista de direitos humanos e vinha denunciando a existência de milícias e a truculência policial nas favelas da capital fluminense.

A forte suspeita é a de que o assassinato tenha ligação com o crime organizado. Em março do ano passado, mês do homicídio, os criminosos perseguiram o automóvel da então vereadora por cerca de quatro quilômetros e efetuaram os disparos em um lugar sem câmeras no centro do Rio.

Quando era deputado estadual, o filho de Jair Bolsonaro votou contra a proposta do então deputado estadual Marcelo Freixo, atual deputado federal, para conceder a medalha Tiradentes em homenagem à vereadora.

Em março de 2019, dois suspeitos de serem os assassinos de Marielle foram presos: o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-militar Élcio Vieira de Queiroz. O primeiro é acusado de disparar os tiros e o segundo de dirigir o carro que perseguiu a parlamentar. Lessa morava no mesmo condomínio de Bolsonaro e Vieira de Queiroz, de 46 anos, que havia postado no Facebook uma foto ao lado do atual ocupante do Planalto.

Comentários

 




    gl