‘Que os preconceitos possam ter um fim’, pede Paulinho ao lembrar comemoração pela seleção brasileira

Paulinho comemora gol nas Olimpíadas. Foto: Divulgação/CBF

Na estreia da Seleção Olímpica nos Jogos de Tóquio deste ano, Paulinho, de 21 anos, formado nas divisões de base do Vasco da Gama, começou a partida no banco de reservas. Nos acréscimos do segundo tempo, fez o último gol do Brasil sobre a Alemanha, sacramentando a vitória por 4 a 2.

Além do gol, chamou a atenção a comemoração em que o jogador simula um arco e flecha, simbolizando Oxóssi, Orixá de cabeça de Paulinho, que é adepto das religiões de matriz africana. Em entrevista para a revista Quem, ele falou sobre o tema e pediu o fim do preconceito nas suas mais diferentes formas:

“A estreia foi em uma quinta-feira, que é o dia de Oxóssi na semana. O dia da convocação foi uma quinta-feira e da estreia também. Então já tinha em mente que faria isso. Nada pensando em ser impactante da forma como foi. Fiquei surpreso, uma surpresa boa. Mostra a força que a nossa religião tem, apesar de não ser tão exposta por pessoas públicas. Mostrou que a gente pode cultuar da maneira que quisermos, combatendo os preconceitos, o racismo religioso por causa do histórico de como nosso país lidou com a religião e com a cultura africanas. Foi um momento natural. Se você pegar a história, tudo que os africanos escravizados faziam era demonizado, especialmente a religião que eles cultuavam e trouxeram para o Brasil. A importância que eu vejo é representar as pessoas. Até mesmo pessoas públicas que não tinham coragem de expor me mandaram muitas mensagens de apoio. Desejo que nosso povo, nosso país, possa ter progresso como seres humanos, principalmente. Que os preconceitos possam ter um fim, seja na religião, na sexualidade, seja no que for. Quando eu disse aquilo – Que Exu Ilumine o Brasil – foi com este objetivo: que Exu possa colocar as pessoas no caminho certo, de prosperidade”.

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