Proibido e discriminado, skate foi liberado por Erundina em São Paulo

Kelvin Hoefler e seu skate. Foto: Reprodução/Facebook

Kevin Hoefler entrou para a história do esporte brasileiro neste domingo (25) após receber a primeira medalha olímpica para o país na modalidade de estreia nos jogos de Tóquio: o skate. Com o segundo lugar, o guarujaense ficou com a prata.

Fazer manobras sobre uma prancha de madeira fixada em dois pares de rodinhas nem sempre foi algo tranquilo de se fazer. Não pela própria dificuldade que a prática impõe, mas sim por razões políticas e culturais.

Marginalizado por muito tempo, o skate, que tem sua trajetória totalmente atrelada à cultura das grandes metrópoles e aos jovens “rebeldes”, chegou a ser proibido na maior cidade do Brasil e berço do esporte por aqui.

Durante os anos 80, mais precisamente em junho 1988, na gestão de Jânio Quadros, sair andando com a “perigosa” prancha deslizante foi proibido em São Paulo, em meio a uma onda de profunda criminalização do esporte, que ainda é muito estigmatizado pelos mais reacionários.

Muitos insistiram em continuar com a prática à época e não foram poucas as confusões envolvendo skatistas e policiais.

Eleita no mesmo ano para governar a cidade, Luiza Erundina, à época no PT, liberou o esporte tão logo sentou na cadeira de prefeita. A atitude, aparentemente pequena, foi a semente que tirou a modalidade da clandestinidade e deu uma nova lufada de ânimo para o esporte que, hoje, mais de 30 anos depois, é praticado em alto nível em São Paulo.

Atualmente cumprindo mandato de deputada federal pelo PSOL, Erundina foi às redes sociais celebrar a histórica medalha de Kelvin Hoefler e fez questão de lembrar seu papel nessa longa caminhada que culminou num pódio olímpico do outro lado do planeta.

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