Guarda Municipal abre investigação para apurar agressão sofrida por professora da Uerj

Professora é agredida pela Guarda Municipal. Crédito: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

Professora é operada após agressão da Guarda Municipal no Rio. Crédito: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

A professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Mônica Lima foi operada após 12 dias de espera. O procedimento aconteceu no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). Ela foi transferida para lá após dez dias de internação no Hospital Souza Aguiar. A educadora estava desde o dia 15 de março. Teve alta na tarde desta terça-feira (29) e passa bem. Segundo os médicos, Mônica passará cerca de seis meses em tratamento.

Ela disse ter sofrido uma agressão por parte de um agente da Guarda Municipal do Rio de Janeiro durante o protesto contra a reforma da Previdência. Ao levar um chute, a professora ligada ao Instituto de Biologia da Uerj,  teve a perna fraturada em quatro pontos na tíbia e fíbula.

A truculência da Guarda Municipal foi condenada pelo líder do Governo na Câmara, vereador Paulo Messina: “A posição do Governo é de lamentar porque é  óbvio que isso foi um excesso, um equívoco, uma violência desmedida. A gente repudia o uso da violência contra qualquer pessoa. Eu sou presidente da Comissão e de Educação e Cultura e não é assim que se trata uma professora. Vamos apurar”.

Na manhã da última segunda-feira (27), a educadora da Uerj e militante da causa indígena, entrou em processo operatório e colocou placas de ferro na perna.  Bem humorada ao relatar seu estado de saúde, brincou: “Colocarei prótese de ferro e parafusos. Vejam que vou ficar mais forte com uma perna de ferro”.

Ela responsabiliza a Guarda Municipal do Rio de Janeiro pela agressão e diz que tudo aconteceu na hora que uma confusão se formou perto da GM. “Eles me espancaram. Me chutaram por trás. Eu não apresentava nenhum risco. Eu estava filmando a ação deles. Se eu não estivesse de capacete para me proteger eles teriam me matado”, diz a funcionário pública do estado do Rio de Janeiro.

Veja o momento exato do resgate: 

A Guarda Municipal do Rio de Janeiro, disse que integrantes da Corregedoria da GM-Rio estiveram, no dia 16 de março, no Hospital Municipal Souza Aguiar, onde ela estava internada, para ouvir seu depoimento sobre a agressão. Para a reportagem do SRzd, revelou ainda que, a corregedoria está reunindo informações e ouvindo guardas municipais que atuaram no dia 15 de março.

A presença mais direta da Guarda Municipal atuando como força armada de segurança nos protestos causou estranheza em parlamentares que comentaram em suas redes sociais e no plenário da Câmara de vereadores do Rio de Janeiro. Um deles foi o vereador Brizola Neto (PSOL-RJ).

“A GM está sendo militarizada. Uma bala de borracha foi atirada em minha direção. É proibido a utilização de arma não letal pela guarda municipal. Eles lançaram gás e balas de borracha contra a população, agrediu covardemente uma professora e causou pânico na população. Quem deu essa ordem? Quem é o responsável por essa barbárie contra o direito constitucional das pessoas?”, questionou o parlamentar no plenário da Câmara e através do Facebook.

Por meio de nota, a Guarda Municipal esclareceu que: “A GM-Rio informa ainda que tomará as medidas cabíveis dentro do processo e que não é prática da instituição atuar com o uso excessivo da força. Para tanto, os efetivos recebem treinamentos constantes, em especial, nas ações de controle de distúrbios”.

 

 

 

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