Professor sugere em aula que mulheres ‘relaxem e aproveitem’ estupro e gera revolta

Ricardo Germano Efing. Foto: Reprodução

Um professor de 49 anos foi demitido de um Centro Universitário em que ministrava aulas para o curso de Fisioterapia, nesta semana, depois de sugerir que mulheres “relaxem” e “aproveitem” caso sejam estupradas, já que, segundo ele, o crime é “inevitável” e “iminente”.

A fala do então docente da Uniguaçu, de União da Vitória (PR), foi registrada em vídeo no último dia 12. As imagens do momento foram parar na internet neste final de semana e geraram uma repercussão negativa. Como consequência, a faculdade decidiu pelo desligamento do profissional.

O vídeo com a fala do professor Ricardo Germano Efing teria sido compartilhado no sistema on-line da Uniguaçu. Pouco depois, o trecho em que ele relativiza o comportamento de mulheres diante de estupros começou a ser compartilhado em diversas redes sociais.

O docente fazia uma comparação sobre situações em que as pessoas precisam se adaptar, mesmo contra a vontade, quando soltou o comentário. “Desculpe meninas, eu sei que é chulo o que eu vou dizer, mas é aquele ditado: se o estupro é inevitável e iminente, relaxa e aproveita”, disse.

Ricardo foi acusado na web de fazer apologia ao estupro. Depois das críticas e do desligamento da Uniguaçu, o professor apagou perfis que mantinha nas redes sociais.

Crime sexual

O crime de estupro é previsto no art. 213, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a dez anos.

O art. 217-A prevê o crime de estupro de vulnerável, configurado quando a vítima tem menos de 14 anos ou, “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A pena varia de oito a quinze anos.

Já o crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, e é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência. O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticá-lo poderá pegar de um a  cinco anos de prisão.

Faculdade desliga professor e pede desculpas

Por meio de nota, a Uniguaçu explicou que, além do desligamento do professor, também pediu desculpas aos alunos que acompanhavam a aula em que o comentário foi feito. Confira:

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