Presidente da Fundação Palmares diz que ‘sistema de cotas será revisado em 2022’
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo Nascimento anunciou que haverá uma revisão no sistema de cotas em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro, que pretende disputar a reeleição.
“O sistema de cotas será revisado em 2022. Cotas devem ser sociais, não raciais. Para que esta mudança ocorra será fundamental o apoio dos negros. Cotas para pobres, de qualquer tom de pele. Não somos incapazes. Queremos Justiça, não racialismo”, disse nesta sexta-feira (12). Camargo nega que haja racismo no Brasil.
O tuíte compartilha link de um site de fake news bolsonarista que chama as cotas raciais de “embuste” e exalta a “sabedoria de Sérgio Camargo”.
“Como diz a sábia passagem bíblica, ‘pelos seus frutos os conhecereis’”. Hoje conhecemos os “frutos” espúrios da “pedagogia do oprimido”, diz o texto, assinado pelo filósofo olavista Carlos Adriano Ferraz, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).
Em comentários com seguidores, Camargo admite que as cotas raciais fazem parte de uma “reparação história”, mas ressalta que “não existe culpa coletiva”, ignorando a segregação que os negros foram submetidos desde que foi abolida a escravatura no país.
“Reparação histórica. Mas dívida não é transmitida de geração para geração, e não existe culpa coletiva. Querem vingança, não solução”, tuitou.
A posição é compartilhada pelo procurador Ailton Benedito, secretário de Direitos Humanos da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Existe previsão de que a lei do sistema de cotas seja revista em 2022. Porém, vislumbra-se que haverá bastante resistência a qualquer mudança que não seja a sua prorrogação, se o debate ficar restrito à burocracia estatal, ONGs e militantes políticos”, tuitou Benedito. “A proposta do governo, desde a campanha presidencial, é cota social”, respondeu Camargo.
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