Presidente da Firjan ‘solta os bichos’ contra adversários, por Sidney Rezende

Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. Foto: Divulgação

Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira. Foto: Divulgação

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro terá eleição em agosto, no máximo até a primeira semana de setembro, ainda em data a ser definida. Esta será uma das disputas mais acirradas dos últimos anos. Até o momento, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira (atual presidente), Ângela Costa, Gladstone Santos Junior e Mauro Campos são os nomes que já anunciaram que estão concorrendo ao pleito.

Apear do poder Eduardo Eugênio não será fácil, pois ele está no comando há quase 25 anos, e diz “ter apoios explícitos de 70% do eleitorado”. Caso a oposição resolva ir às urnas desunida, certamente não alcançará seu objetivo. Quem conhece os meandros da Casa Industrial garante que a única maneira de vencer seria a união de todos contra Eduardo.

Sede da Firjan. Foto: Divulgação

De qualquer maneira, nos bastidores, há um rio correndo e não exatamente de água límpida. Jornalistas bem informados recebem farto conteúdo de todos os lados. E isto explica por qual razão os ânimos entre os empresários estão à flor da pele.

Como é nosso hábito, conversamos com todos, ouvimos de tudo e apuramos o mais importante diretamente com as fontes. É o que estamos fazendo com o farto dossiê disponível, onde se encontra toda espécie de informação. E de todos os lados!

Uma das histórias mais controversas dá conta que o atual presidente da Firjan gosta de fazer viagens internacionais em primeira classe. Quando se hospeda no exterior, prefere hotéis seis estrelas. Chegou-se a dizer que um dos seus destinos favoritos é a cidade da Luz, Paris, na França. E isso poderia ser munição para tirar votos certos do atual comandante dos sindicatos patronais e torná-los duvidosos. Será?

Quando procuramos saber do próprio Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira o que ele tinha a dizer destas acusações, ele ficou indignado com os propagadores das “maledicências”. Gostou menos ainda de ser comparado ao ex-presidente da Fecomércio Orlando Diniz. Reza a lenda que Diniz era afeito a luxos, mas não com fundos próprios, e, que, no caso dele, toda a despesa saía do caixa da Fecomércio. Orlando sempre negou esta insinuação, evidentemente.

Aceito crítica sobre gestão. Sobre minha honra, não admito!

Na disputa pela presidência da Firjan, Eduardo Eugênio é confrontado a comentar sua pública pendenga com o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade. E outra história desenterrada dá conta de uma declaração de Gouvêa Vieira sobre as diferenças de estilo de gestão entre as Federações do Sudeste comparadas ao que se adota em entidades similares do Norte e Nordeste. Tudo será respondido abaixo.

Leia com a atenção os argumentos do presidente Eduardo Eugênio:

“Essa gente inconformada quer levar lama para uma instituição limpa, com reputação ilibada. Comparar a Firjan à Fecomércio, onde seu presidente foi preso – e que seus atuais dirigentes faziam parte de sua chapa – é risível. Diniz é ladrão. Nada tenho contra os colegas do Nordeste. Robson (Andrade – CNI) tem horror a mim desde que fui nomeado pelo presidente da República presidente do Conselho Nacional do Sesi. E, por mais que me esforce, não consigo aprovar suas contas. Eu não preciso da Firjan. Me dedico há 25 anos pro bônus à sociedade do Rio por missão e obrigação moral. Trouxe para a Firjan minha formação na Ipiranga. Tenho orgulho de ter vendido uma empresa por US$ 4 bi. Na época, a maior transação desse tipo. Detalhe: sem due diligence (investigação) por parte dos compradores. Duvido que essa gente que me ataca consiga fazer algo parecido”, desabafou.

E não parou por aí: “o presidente da CNI envia para minha mulher todos os anos, aniversário e Natal, presentes de grifes caras estrangeiras de luxo. Todos são devolvidas ao Sesi. Intactas. Considero isso feio! No limite da corrupção. Aceito crítica sobre gestão. Sobre minha honra, não admito! Nunca levaria acompanhante paga pela Firjan. Sempre que o fiz, eu paguei de meu bolso. Jamais fiz viagens pagas pela Firjan a não ser por interesse da instituição. Nunca!!!! Jamais debitei diárias que não fossem de dias trabalhados para a Firjan. Sempre viajei de executiva ou primeira classe. Muito antes de estar na Firjan. Viagens pagas por mim ou minhas empresas. A diretoria da Firjan aprovou há anos política de viagens para todos. Como em toda empresa civilizada. Não passou pela cabeça de ninguém que eu deveria viajar em turística não recebendo nada por meu trabalho. Viajo o mundo. Fico sempre nos mesmos hotéis. No de Paris, especificamente, há mais de 60 anos. Vou a Paris diversas vezes por ano. Temos negócios lá. Poucas por conta da Firjan. Ao ficar mais tempo, faço questão de pagar de meu bolso os dias adicionais. Nunca fiquei em hotéis 6 estrelas. E, ainda, meus antecessores no Conselho Nacional do Sesi eram remunerados. Eu não. Abri mão. Nossa base política interna na Firjan está absolutamente coesa. Temos apoios explícitos de 70% do eleitorado”.

Como a história não para por aí, voltaremos aqui no SRzd ao assunto e a disputa eleitoral numa das mais importantes entidades empresariais do país.

Atualização às 13h59 (1/6) –  Vale aqui um registro adicional após a publicação da nota acima. Eduardo Eugênio esclarece: “Não tive intenção de estender ao atual presidente da Fecomércio que se elegeu como 1º vice-presidente naquela entidade, a crítica que dirigi ao ex-presidente. O comentário foi improcedente.”










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