Presidente do Banco Central sugere acabar com crédito rotativo do cartão de crédito

Cartão de crédito. Foto: Pikist

Cartão de crédito. Foto: Pikist

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que acabar com o rotativo do cartão de crédito por ser uma solução para os juros altos e para a inadimplência. Hoje, os juros do rotativo estão em 437% ao ano, enquanto o parcelado do cartão está em 196% ao ano.

“A gente tem 90 dias para apresentar uma solução, que está se encaminhando para que não tenha mais rotativo. O crédito vai direto para o parcelamento, que seja com uma taxa ao redor de 9%. Extingue o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%”, afirmou Campos Neto, em audiência pública no Senado.

O rotativo do cartão é usado quando um cliente não paga o valor integral da fatura na data de vencimento. Segundo o presidente do BC, a ideia seria fazer com que o parcelamento sem juros “fique um pouco mais disciplinado” e não afete o consumo. A inadimplência do crédito é de cerca de 50% no Brasil, muito acima da média mundial.

Roberto Campos Neto ressaltou que a solução será apresentada em até 90 dias. A proposta está sendo construída em diálogo com o deputado Elmar Nascimento, relator do projeto de lei do Desenrola, programa de renegociação de dívidas das famílias.

Vale destacar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia declarado, em abril, conversar com bancos para reduzir essa cobrança.

“O desenho [do crédito do cartão rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte do que pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”, declarou ele, na ocasião.

Embora os grandes bancos aleguem que o parcelamento sem juros é a causa principal dos juros altos no crédito rotativo, que tem no Brasil as maiores taxas do mundo, essa visão desconsidera aspectos mais complexos do mercado financeiro e também retira dos consumidores a responsabilidade que devem ter ao utilizar os seus cartões.

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