TSE contradiz Bolsonaro e defende resultado das eleições de 2018

Urna eletrônica. Foto: Reprodução

Urna eletrônica. Foto: Reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou uma nota para garantir a segurança e a confiabilidade do resultado das eleições de 2018.

O esclarecimento, publicado na página oficial da corte na tarde desta terça-feira (10), vem um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acusar de fraude, sem apresentar provas, o pleito de 2018. Na ocasião, o chefe do Executivo afirmou que venceu “no primeiro turno”.

Nesta terça-feira (11), durante entrevista a imprensa, Bolsonaro voltou a tocar no assunto. “Quero que vocês achem um brasileiro que confie no sistema eleitoral brasileiro”, disse a jornalistas.

Em 2019, numa entrevista ao SBT, Bolsonaro falou sobre a suspeita de fraude nas eleições citando uma suposta incongruência no resultado preliminar da apuração com o resultado final.

“Teve uma passagem no ano passado, por ocasião das eleições, que me deixou bastante intrigado. Apareceu uma fotografia na televisão do TSE da apuração para presidente da República. Dizia o seguinte: Nordeste, que é a base do PT com 80% [dos votos] apurados; Sudeste, que é oposição ao PT com 20% apenas apurados. As outras três regiões com cerca de 60% apurados. Resultado naquele momento: 49% [dos votos] pra mim”, disse. “Agora, a tendência, entrando o Sudeste, 80%, e o Nordeste, 20%, era de ganhar com 55%, 56%, isso não aconteceu, foram mantidos os 49%. É um grande indício de que poderiam estar mexendo no algoritmo”, acusou Bolsonaro.

Sem mencionar o nome do presidente no texto, o TSE argumenta que, “ante a recente notícia, replicada em diversas mídias e plataformas digitais, quanto a suspeitas sobre a lisura das eleições 2018, em particular o resultado da votação no 1º turno, o Tribunal Superior Eleitoral reafirma a absoluta confiabilidade e segurança do sistema eletrônico de votação e, sobretudo, a sua auditabilidade, a permitir a apuração de eventuais denúncias e suspeitas, sem que jamais tenha sido comprovado um caso de fraude, ao longo de mais de 20 anos de sua utilização.”

Questionada por jornalistas no Supremo Tribunal Federal (STF), a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, afirmou que mantém “absoluta convicção na confiabilidade da urna eletrônica”. “Isso foi um verdadeiro mantra durante as eleições de 2018”, disse a ministra, que estava no comando da Justiça Eleitoral durante as eleições de 2018.

Rosa Weber acrescentou que, se aparecerem indícios ou provas sobre algum tipo de fraude no processo eleitoral eletrônico, isso “será apurado com mais absoluto rigor”. Ela, porém, acrescentou que nada do tipo foi apresentado à Justiça Eleitoral até o momento.

Outros dois ministros do Supremo, Marco Aurélio Mello e Luís Roberto Barroso, que também integram o TSE, saíram em defesa do processo eleitoral eletrônico.

“O que posso dizer é que capitaniei as primeiras eleições informatizadas, em 1996, nos municípios com mais de 100 mil eleitores, e de lá para cá não houve uma única impugnação ao sistema minimamente séria. Daí se preserva a vontade do eleitor. E ninguém coloca em dúvida a lisura da Justiça”, disse Marco Aurélio.

“Nós nunca tivemos qualquer evidência objetiva de fraude. O sistema é totalmente confiável, respeitado mundialmente. Se alguém trouxer alguma prova, alguma evidência, estou pronto para examinar, a gente tem sempre espaço para aperfeiçoamento. Agora, não pode ser uma coisa retórica, tem que ser uma coisa fundada em elementos objetivamente aferíveis. Não pode ser ‘eu acho’, é preciso que haja elementos”, afirmou Barroso.

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