Reportagem divulga investigação de caixa 2 de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto

Jair Bolsonaro. Foto: Foto: Isac Nóbrega/PR

Jair Bolsonaro. Foto: Foto: Isac Nóbrega/PR

O site Metrópoles publicou, na tarde desta sexta-feira (20), dados sobre uma investigação de prática de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A reportagem, assinada por Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, revela a ação comandada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, envolvendo agentes da Polícia Federal. Entre as principais denúncias, estão:


Leia também:

+ Jogador Daniel Alves é detido na Espanha

+ ‘Minha história não foi feita com a Lei Rouanet’, dispara Netinho após ter show cancelado


Segundo o Metrópoles, “as descobertas conectam o antigo gabinete de Bolsonaro diretamente à mobilização de atos antidemocráticos e lançam graves suspeitas sobre a existência de uma espécie de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto, com dinheiro vivo proveniente, inclusive, de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas. O personagem em questão é o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o Coronel Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro até os derradeiros dias do governo que acabou em 31 de dezembro”.

O texto segue dizendo que o Coronel Cid “compartilhava da intimidade do então presidente. Além de acompanhá-lo em tempo quase integral, dentro e fora dos palácios, Cid era o guardião do telefone celular de Bolsonaro. Atendia ligações e respondia mensagens em nome dele. Também cuidava de tarefas comezinhas do dia a dia da família. Pagar as contas era uma delas – e esse é um dos pontos mais sensíveis do caso. Entre os achados dos policiais escalados para trabalhar com Alexandre de Moraes estão pagamentos com dinheiro do tal caixa informal gerenciado pelo tenente-coronel, de faturas de um cartão de crédito emitido em nome de uma amiga do peito de Michelle Bolsonaro que era usado para custear despesas da ex-primeira-dama”.

Durante a investigação, os policiais federais “se depararam com um modus operandi que lembrava em muito aquele adotado pelo clã bem antes da chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto e que, anos depois, seria esquadrinhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas apurações das ‘rachadinhas’ do hoje senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente. Dinheiro manejado à margem do sistema bancário. Saques em espécie. Pagamentos em espécie. Uso de funcionários de confiança nas operações. As semelhanças levaram a um apelido inevitável para as transações do tenente-coronel do Exército: ‘rachadinha palaciana’. A certa altura do trabalho, os investigadores enxergaram indícios fortes de lavagem de dinheiro”.

A reportagem ainda informa que diversas transações foram feitas em espécie, movimentação descoberta por ação dos policiais junto às fitas de caixa e imagens do circuito de segurança da agência bancária onde os pagamentos eram feitos, a agência 3606, do Banco do Brasil, que funciona dentro do complexo do Palácio do Planalto.

De acordo com o texto, existem anexadas às investigações, mensagens de áudio e texto de autoria do ex-presidente sobre as denúncias. “O material reunido nas investigações sobre o tenente-coronel o coloca na cena da sucessão de atos antidemocráticos que já vinham sendo investigados por Moraes e que culminaram com a invasão das sedes dos três poderes, em 8 de janeiro. Pela proximidade com Bolsonaro e pela função que o militar exercia no Planalto, o ex-presidente é peça indissociável dos movimentos que ele fazia. Em mensagens de texto e áudio, o tenente-coronel funcionava como elo entre Bolsonaro e vários dos radicais que há tempos vinham instigando a militância bolsonarista a atentar contra as instituições. Há fartas evidências nesse sentido. Um dos contatos frequentes de Cid era Allan dos Santos, o blogueiro que vive nos Estados Unidos e em outubro de 2021 teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes”.

Entre os pagamentos, destacavam-se faturas de cartão de crédito adicional emitido por uma funcionária do Senado Federal, Rosimary Cardoso Cordeiro. Lotada no gabinete de um senador, Rosimary é amiga íntima de Michelle Bolsonaro.

A coluna do Metrópoles “tentou por mais de uma vez ouvir Rosimary, a amiga da primeira-dama que cedia um cartão para Michelle Bolsonaro. Ela se negou a falar sobre o assunto. Primeiro, disse que estava em um almoço. “Bom, querido, quando eu for (informada da investigação) aí eu falo sobre o assunto, tá bom? Mas nesse momento eu não posso falar. Estou em almoço, estou com meu chefe aqui em reunião”, disse ouça o áudio.

Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid foram procurados para falarem sobre as denúncias nesta sexta-feira, mas não responderam.

Comentários

 




    gl