Lula critica ideologia acima da diplomacia por governos negacionistas na AL

Lula critica ideologia acima da diplomacia de governos negacionistas na AL. Foto: Ricardo Stuckert

Um novo momento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT recebeu mais dez presidentes de países da América do Sul nesta terça-feira (30), no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela) estiveram no evento que marca a retomada do diálogo entre as nações do continente.

A única ausência em nível presidencial é a do Peru, cuja presidente Dina Boluarte está impossibilitada de comparecer por questões constitucionais. O Peru vive uma crise política desde a destituição do agora ex-presidente Pedro Castillo no fim do ano passado.

Em sua fala, Lula destacou a importância do restabelecimento diplomático na região, acima de convicções ideológicas ou dos modelos de governança de cada país.

“Nossa América do Sul deixou de ser apenas uma referência geográfica e se tornou uma realidade política. Infelizmente esses avanços foram interrompidos nos últimos anos. No Brasil, um governo negacionista atentou contra os direitos da sua própria população, rompeu com os princípios que regem a nossa política externa e fechou nossas portas a parceiros históricos”, iniciou o presidente brasileiro.

“Enquanto estivermos desunidos, não faremos da América do Sul um continente desenvolvido em todo o seu potencial. A integração deve ser objetivo permanente de todos nós. Precisamos deixar raízes fortes para as próximas gerações. Entre as muitas coisas que aprendi na política é que o mandato presidencial é muito mais curto do que aparenta. Não temos tempo a perder. A América do Sul tem diante de si, mais uma vez, a oportunidade de trilhar o caminho da união. E não é preciso recomeçar do zero. Nos próximos anos, vamos sediar eventos dos principais foros de governança global, como a reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, no Peru, a Cúpula do G20, a reunião dos BRICS e a COP 30, do clima, no Brasil. Precisamos chegar a esses espaços unidos. O PIB somado dos países da América do Sul neste ano deverá chegar a 4 trilhões de dólares. Juntos somos a quinta economia global. Com uma população de quase 450 milhões de habitantes, constituímos importante mercado de consumo. A integração da América do Sul depende desse sentimento de pertencer a uma mesma comunidade.Temos uma história de resistência, forjada nas lutas de independência e no combate às ditaduras. As recentes eleições na Colômbia, Chile, Bolívia, Brasil e Paraguai demonstraram o vigor da democracia em nossa região, em escrutínios marcados pela expressiva participação popular e ampla liberdade de expressão. Os elementos que nos unem estão acima de divergências de ordem ideológica. Da Patagônia e do Atacama à Amazônia, do Cerrado e dos Andes ao Caribe, somos um vasto continente banhados por dois oceanos”, detalhou.

 

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