Flavio ataca o UOL, a imprensa e avisa que serão mais 4 anos de Jair Bolsonaro

Flávio Bolsonaro. Foto: Agência Brasil/ Nelson Cordeiro

Flávio Bolsonaro. Foto: Agência Brasil/ Nelson Cordeiro

O senador do Rio de Janeiro, Flavio Bolsonaro (PL), celebrou, na tarde desta sexta-feira (23), decisão judicial que determinou a exclusão de reportagem do portal UOL sobre imóveis da família Bolsonaro.

Em vídeo publicado em suas redes sociais, Flavio distorceu o conteúdo da matéria que mostrava a aquisição de bens, por parte dos bolsonaros, com dinheiro vivo, prática pouco usual para este tipo de operação.


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A publicação do UOL não cita que a origem dos recursos seria ilícita, como afirmou Flavio na legenda do vídeo; “A narrativa mentirosa e criminosa de lulistas travestidos de jornalistas do Grupo “UÓDIO”, de imóveis que teriam sido comprados com dinheiro de origem ilícita foi por água abaixo. Ou seja, é tudo uma grande mentira”, escreveu.

Na gravação, Flavio atacou o veículo, ao qual chamou de blog e disse ter mais audiência, e parte da imprensa. Ainda exaltou o governo de seu pai, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), e avisou que ele será reeleito. No final, sussurrou, de forma irônica, que a vitória será no 1º turno (assista ao vídeo):

Decisão judicial

O desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, determinou a exclusão de duas reportagens do portal UOL sobre a compra de imóveis com dinheiro vivo pela família do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o UOL, o pedido para remover o conteúdo do ar foi feito pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

Na decisão, o magistrado levou em conta a proximidade da eleição, em 2 de outubro. “Concorre a cargo público, de notória expressividade, o pai do requerente, sendo que a continuidade na divulgação das referidas matérias trará, não só aos familiares, como ao candidato e ao requerente (Flavio), prejuízos em relação à sua imagem e honra perante a opinião pública, com potencial prejuízo à lisura do processo eleitoral”.

De acordo com o portal, dos 107 imóveis comprados pela família dos últimos 30 anos, em 51 deles houve uso de dinheiro vivo. O UOL informou que cumpriu a decisão, mas vai recorrer.

“Conforme informado nas reportagens, alguns dos negócios entabulados teriam sido citados em investigações conduzidas na Comarca do Rio de Janeiro, as quais, conforme amplamente noticiado na mídia, foram anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça. Ocorre, todavia, que tais ilações decorreram em face do acesso dos Requeridos a informações sigilosas, oriundas da quebra de sigilo fiscal e bancário em investigação criminal, repita-se, anulada pelo Superior Tribunal de Justiça.

Tais matérias foram veiculadas quando já se tinha conhecimento da anulação da investigação, em 30/08/2022 e 09/09/2022, o que reflete tenham os Requeridos excedido o direito de livre informar. A uma, porque obtiveram algumas informações sigilosas contidas em investigação criminal anulada e, a duas, porque vincularam fatos (compra de imóveis com dinheiro em espécie), cuja divulgação lhes é legítima, a suposições (o dinheiro teria proveniência ilícita) não submetidas ao crivo do Poder Judiciário, ao menos, até o momento”, diz trecho de decisão judicial.

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