Ex-ministro da Saúde, Mandetta diz que governo Bolsonaro queria ‘tratamento genocida’

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) disse que atravessou momentos de extrema tensão durante a primeira onda do coronavírus no Brasil e fez graves acusações ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

As declarações foram dadas ao “Valor Econômico” e publicadas nesta quinta-feira (1): “Nunca fui ministro palaciano, de ficar em torno daquelas conspirações. Mas quando veio esse pedido… Ah, essa equipe é técnica, mas eu quero pôr outros técnicos… Assim, sem qualquer motivo? Na minha cabeça era muito claro. Se não fosse para fazer um trabalho técnico, não me prestava para aquilo. Não tinha nenhum mandato. Estava lá em nome de outra coisa. Mas veio a pandemia, e eles deixaram de lado essa reivindicação. Aí queriam um tratamento político genocida, terrível. Naquele momento, olhei e pensei: ‘Não é possível, esse cara não está entendendo’… Se na primeira agressão dele eu falasse: ‘Olha, estou indo embora, bota outro aí’, não ia dormir em paz com minha consciência sabendo da gravidade do que vinha pela frente”, contou Mandetta, cotado para disputar a presidência em 2022 e titular da pasta da Saúde de 2019 até abril de 2020.