Duelo final: Bolsonaro vai ao ataque; Lula mantém tradição em debate na Globo

Debate na Globo. Reprodução de vídeo

Debate na Globo. Reprodução de vídeo

A noite desta sexta-feira (28) marcou o duelo final entre os candidatos ao Palácio do Planalto; Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Um deles, será o presidente eleito do Brasil para o período de 2023 a 2026, após decisão soberana dos eleitores no próximo domingo.

Os adversários, que materializam a polarização política nacional mais intensa desde a redemocratização, se enfrentaram durante o debate promovido pela Rede Globo, em seus estúdios, no Rio de Janeiro.

Bolsonaro foi ao ataque. Lula preferiu manter a já conhecida opção pelo não confronto e tentou defender seu legado. O atual presidente trouxe casos já conhecidos do público, repetidas distorções e acusações comprovadamente falsas por órgãos oficiais.

Com tom de voz elevado de Bolsonaro, e manso de Lula, o debate não deve ter efeitos numa massa de eleitores já consolidada para cada um dos dois lados e caberá aos indecisos tomar a decisão final diante de poucas propostas de futuro abordadas no encontro.


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Lula chegou acompanhado de sua esposa, Janja, de Marina Silva, da senadora Simone Tebet, do vice, Geraldo Alckmin e da presidente do PT, Gleisi Hoffman.

Bolsonaro, que antecedeu o petista na entrada da sede da emissora, estava ao lado do ministro Fábio Faria, das Comunicações, do pastor Silas Malafaia e do senador eleito pelo Paraná, o ex-juiz Sergio Moro.

Primeiro embate

Bolsonaro deu início ao debate questionando Lula sobre a propaganda eleitoral e temas relacionados aos reajustes de salário mínimo, aposentadorias e outros benefícios previdenciários. Após chamar Lula de mentiroso, a discussão partiu para o Auxílio Emergencial.

Já na metade dos 15 minutos que cada um tinha para o primeiro bloco, Bolsonaro chamou Lula de bandido e resgatou personagens de governos anteriores do PT. O presidente subiu o tom e martelou no tema da corrupção, enquanto Lula tentou levar a discussão para a política internacional.

Ao fim, nenhuma proposta foi apresentada e Lula ganhou um minuto como direito de resposta e lamentou o que chamou de despreparo do adversário. Bonner corrigiu Bolsonaro sobre a condição jurídica de Lula em vídeo que viralizou no Twitter:

Perguntas e respostas

O tema escolhido por Lula foi o combate à pobreza e os 33 milhões de brasileiros que estão em situação de insegurança alimentar. Bolsonaro defendeu medidas de seu governo e foi contraditado por Lula.

Depois, Bolsonaro optou pelo tema pré-determinado; respeito à Constituição. O presidente citou líderes do MST e Lula pontuou os ataques dele ao Supremo Tribunal Federal. Sem aviso prévio, o assunto chegou no aborto quando Lula citou uma fala de Bolsonaro sobre a pílula para o aborto.

Lula desistiu de debater e prometeu tratar apenas de plano de governo a partir daquele momento e encerrou o último bloco exercendo seu direito de resposta. O ex-presidente acusou o candidato de não saber se comportar como presidente da República.

Novos longos quinze minutos

Lula deu início ao novo confronto com tempo livre para ambos e perguntou sobre a pandemia de Covid-19. Após discutirem dados dos dois governos, o Viagra entrou no roteiro relembrando o caso da compra do medicamento pelas Forças Armadas.

Depois, Bolsonaro ficou ainda mais debochado e citou o programa Mais Médicos, que contava com a formação de um corpo de profissionais cubanos. Lula insistiu que o presidente falasse sobre suas ações na Saúde e ele leu números sobre supostos investimentos no setor.

Na sequência, Bolsonaro leu documento apócrifo sobre pautas diversas para o país e emendou com a visita do petista ao Complexo do Alemão e Roberto Jefferson voltou ao centro do debate, com Bolsonaro querendo colar o aliado em Lula. Na reta final do bloco, a questão da mulher foi tratada superficialmente.

Perguntas e respostas, parte II

As relações entre o governo Federal e os demais poderes foram o tema da pergunta escolhida por Bolsonaro e ambos divergiram sobre o apoio que recebem dos prefeitos.

Lula abordou a questão do clima e acusou o ex-ministro de Bolsonaro por ilegalidades no setor. Bolsonaro diz ter pena de debater com o oponente e citou números, como fez desde o segundo bloco, lidos. Já aparentando cansaço, os candidatos pareciam exaustos ao comparar feitos nos segundos finais desta etapa do debate.

Nas considerações finais, Lula voltou a defender seu legado e promessa de restabelecer a paz. Bolsonaro relembrou o caso da facada em Juiz de Fora durante a campanha em 2018 e repetiu os mantras do bolsonarismo e suas pautas de costumes.

No primeiro turno, Lula venceu a disputa com 48,4%, o que representou 57.259.504 votos. Jair Bolsonaro ficou em segundo lugar com 43,2%, percentual equivalente a 51.072.345 votos.

 

 

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