CPI: após meses de pandemia, Queiroga promete especificar calendário de vacinação

Marcelo Queiroga na CPI da Covid-19. Foto: Reprodução da TV

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve, nesta terça-feira (8), na CPI da Covid-19 no Senado Federal, pela segunda vez.

+ Veja a cobertura completa da CPI da Covid-19 no Senado Federal

Além de admitir a ineficácia da cloroquina e defender o uso de máscara, medidas contestadas por inúmeros integrantes e aliados do governo Federal, previu a entrega de 40 milhões de doses de vacinas contra a Covid ainda neste mês de junho, embora alertasse para potenciais dificuldades que devem ocorrer na produção dos imunizantes até agosto.

Queiroga disse que o Brasil vai enfrentar a redução na produção de vacinas nos próximos meses com alternativas para mitigar os impactos e evitar atrasos na entrega das doses:

“Nós vamos ter alguma dificuldade em julho e agosto, mas o Ministério da Saúde tem acerto com a AstraZeneca para fornecer IFA (ingrediente farmacêutico ativo) até que a Fiocruz possa produzir vacinas suficientes com IFA nacional”.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede), lembrou ao ministro que para o país alcançar a meta estabelecida por ele (imunizar toda a população vacinável até o final de 2021), seria necessário imunizar, em média, 2,5 milhões de brasileiros por dia.

“A OMS previu atingir essa meta de 10% da população mundial em outubro. A nossa meta é vacinar até o fim do ano a população acima de 18 anos. Em dezembro, teremos condições de vacinar a população brasileira com as doses que já estão contratadas”.

+ discussão por pseudovacinação:

A sessão precisou ser suspensa, para acalmar os ânimos, após o senador Otto Alencar (PSD) dizer que o Ministério da Saúde estaria promovendo uma pseudovacinação no Brasil. Otto provocou o ministro que, em raro momento de nervosismo, pleiteou respeito, defendendo sua gestão.

“Lamento o senhor não ter lido a bula de todas as vacinas. O senhor é autoridade sanitária do Brasil, é exatamente o senhor que determina como devem ser aplicadas as vacinas”, disse Otto.

“Vossa excelência não pode querer desqualificar a autoridade sanitária de um país por ter lido ou não a bula. Nós vacinamos 70 milhões de brasileiros”, rebateu Queiroga.

+ assista ao vídeo:

O nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ser citado pelo parlamentares, sobretudo os de oposição, em diferentes momentos da reunião que dura até o final da tarde.

Questionado sobre a postura do presidente na pandemia, Queiroga afirmou que “não cabe a ele julgar o mandatário nem atuar como seu censor”. A resposta foi dada após o relator Renan Calheiros (MDB) mostrar um vídeo com cenas em que Bolsonaro aparece sem máscara e aglomerado com populares. Queiroga disse que as “imagens falam por si só”.

Sobre o detalhamento da vacinação do país, que daria uma previsibilidade de quantos brasileiros seriam imunizados por dia, Queiroga, respondendo o senador pelo Amazonas Eduardo Braga (MDB), prometeu criar, na página do ministério, o cronograma com a quantidade exata de quantas doses existem efetivamente de cada tipo de vacina e quando elas serão aplicadas.

A CPI da Covid-19 no Senado Federal tem o objetivo de investigar as ações e possíveis omissões do governo Federal no enfrentamento da pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no estado do Amazonas com o desabastecimento de oxigênio hospitalar, além de apurar possíveis irregularidades em repasses da União para estados e municípios.

+ veja a sessão na íntegra:

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