Comte Bittencourt projeta disputa no Rio e analisa cenário político nacional

Comte Bittencourt . Foto: Hyury Duarte

Comte Bittencourt . Foto: Hyury Duarte

Deputado estadual do Rio de Janeiro por quatro mandatos, Comte Bittencourt (Cidadania) conversou com a reportagem do portal SRzd e analisou o atual cenário político no país e a disputa local nas eleições gerais deste ano, programadas para o mês de outubro.

O ex-parlamentar detalhou sua atuação na sigla e analisou a crise institucional que atinge os partidos políticos diante da descrença de boa parte da sociedade com compromissos programáticos de cada um deles.

“Um processo natural, eu convivo neste partido há mais de duas décadas. Então, na construção da nova direção nacional, no nosso último Congresso, um grupo de estados entendeu que eu deveria compor a nova Executiva Nacional. Eu já era membro, mas agora assumi uma das vice-presidências do Cidadania. Esta posição só reforça o compromisso que tenho com o partido, com suas bandeiras e aonde me sinto muito à vontade para a atividade política.

Essa frustração (dos brasileiros na política institucional) é do mundo. A vida partidária passa por uma crise em todo mundo democrático. Mas a existência dos partidos é fundamental. O partido é um instrumento que reúne pessoas que têm pensamentos parecidos na construção do estado e de políticas públicas para a sociedade. Ter partidos políticos atuantes, fortes, presentes e que dialoguem com a sociedade permanentemente é a essência da democracia.

Eu acredito que a frustração seja consequência de um descolamento que houve em função das novas linguagens, das novas ferramentas de comunicação. No Brasil, o ‘plurapartidarismo’, ficou muito alargado. Você tem um grupo grande de partidos que militam no mesmo campo, com pouca divisão ideológica, o que acaba gerando certa confusão na visão das pessoas que não militam, mas acompanha à distância os debates políticos. Eu acredito que com o tempo a nossa democracia vai amadurecer e esse tipo de problema pode diminuir. É importante reforçar que os partidos políticos são fundamentais”, detalhou antes de explicar quais rumos o Cidadania pensa para o futuro do país.

“Continuamos perseguindo a visão social democrata do Estado. Um Estado que seja capaz de compreender o mercado, esse novo mundo, essa nova ordem econômica globalizada, das grandes corporações. Mas que ao mesmo tempo seja um estado que conduza a economia, o desenvolvimento e tenha o papel de corrigir as injustiças sociais, através dos instrumentos de políticas públicas fundamentais, como educação, cultura, saúde, segurança”, disse.

Ao informar como será o posicionamento político do Cidadania nas eleições do Rio e na disputa ao Palácio do Planalto, Comte adiantou como caminha esse processo de construção de alianças.

“Estamos construindo um esforço aqui no Rio de Janeiro, especialmente, com o PSDB, PDT e PSD, de uma via alternativa, com os ‘companheiros’ Rodrigo Neves e Felipe Santa Cruz. O prefeito da capital, Eduardo Paes, está coordenando esse grande movimento que é a saída para o Rio retomar o desenvolvimento. No nível nacional, o esforço do Cidadania é em direção à chamada “via alternativa” aos dois polos ideológico que estão hoje mais consolidados na política brasileira”.

Bittencourt ainda respondeu sobre o cenário de tensionamento no debate político, entre as instituições e quais desdobramentos prevê para o processo eleitoral de 2022.

“Eu acho que esse tensionamento uma consequência normal da democracia. O campo da direita se organizou melhor nos últimos anos e passou a colocar publicamente suas bandeiras. A esquerda já havia governado o país por quase 14 anos e deixado claro sua forma de agir e pensar. Este confronto de modelos políticos antagônicos gera naturalmente o tensionamento que vivemos no momento. Nós do Cidadania acreditamos que a saída passa pela socialdemocracia e estamos procurando construir esta saída alternativa. Mas de fato vivemos um momento delicado, em que a gente até vê riscos à democracia brasileira, apesar da força das suas instituições, que felizmente estão consolidadas. Acredito que até as eleições de outubro a população vai entender o melhor caminho para o país e o Cidadania vai contribuir para esta decisão”, concluiu.

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