Policial flagrado agredindo pessoas com barra em Paraisópolis é afastado

Policial é flagrado agredindo pessoas. Foto: Reprodução de Internet

Policial é flagrado agredindo pessoas. Foto: Reprodução de Internet

Cenas da ação da Polícia Militar em Paraisópolis, que teve nove mortes, continuam sendo divulgadas. Nesta terça-feira (3), o jornalista André Caramante compartilhou em suas redes sociais imagens que mostram um policial posicionado com um longo objeto na saída de uma das vielas da comunidade.

Nas imagens, o agente aparece batendo gratuitamente em adolescentes que passam em forma de fila e com as mãos na cabeça. Até um jovem que anda com muletas é agredido pelo PM, que em um momento para para rir e conversar com outra pessoa. Na publicação, Caramante indagou o governador João Doria sobre a identidade do PM.

Após a divulgação de novas cenas de violência na favela, Doria afirmou que a ação policial não condiz com o procedimento da Polícia de São Paulo e será punida. Um dia antes, o tucano havia afirmado que a “letalidade não foi provocada pela PM, e sim por bandidos que invadiram a área”. No entanto, após a repercussão do vídeo fez com que o governador mudasse de opinião.

“Ao tomar conhecimento do novo vídeo que mostra um policial agredindo jovens em uma esquina de Paraisópolis, exigi punição exemplar ao agressor, já afastado de suas funções. Práticas como essa não condizem com o procedimento da polícia de SP e serão veementemente condenadas”, escreveu Doria.

A PM, no entanto, afirma que as imagens são de 19 de outubro e não da madrugada do último domingo (1), quando nove jovens acabaram mortos, por suspeita de terem sido pisoteados, quando a PM tentou dispersar um baile funk com cinco mil pessoas. Uma adolescente que participou do baile funk de domingo e que viu as gravações feitas por celular, porém, rebateu a PM e afirmou ao jornal “Agora” que as imagens são do pancadão do fim de semana passado.

As imagens confirmam os relatos de moradores afirmando que é comum a ação violenta de policiais militares na região. O tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da PM, disse para a reportagem que o policial que agride os jovens, segundo as imagens, já foi identificado e afastado do policiamento, mas não informou quando ocorreu o afastamento. Um Inquérito Policial Militar, de abuso de autoridade, foi instaurado para investigar a conduta do agente.

Policial flagrado agredindo pessoas em Paraisópolis é afastado. Foto: Reprodução de Internet
Policial flagrado agredindo pessoas em Paraisópolis é afastado. Foto: Reprodução de Internet

A investigação do caso está dividida em três órgãos: a Corregedoria da Polícia Militar, que apura a conduta dos PMs, a da Polícia Civil e a do Ministério Público. A investigação da Polícia Civil foi assumida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Nenhuma das nove vítimas fatais morava em Paraisópolis. Os jovens tinham entre 14 e 23 anos e apenas uma era mulher. As vítimas estudavam e trabalhavam. Os corpos foram velados por familiares nesta segunda-feira (2). O caso é investigado como morte suspeita e lesão corporal. A principal hipótese das mortes é pisoteamento. Os laudos do Instituto Médico Legal (IML) devem sair neste mês.

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