Polícia pede prisão de tenente acusado de atirar em turista na Rocinha

A Divisão de Homicídios da Capital pediu a prisão preventiva do tenente apontado como autor do disparo que matou a turista espanhola na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. O caso aconteceu na manhã de segunda-feira (23) e a vítima não resistiu ao ferimento.

Os dois militares envolvidos prestaram depoimento durante a madrugada desta terça-feira (24), e foram encaminhados para o Batalhão Prisional da PM, em Niterói, região metropolitana do Estado.

As armas dos agentes foram apreendidas e serão encaminhadas ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli, segundo informou o delegado Fábio Cardoso, titular da Especializada.

O tenente Davi dos Santos Ribeiro estava acompanhado por um soldado, que não teve o nome divulgado até o momento. Ele, que também prestou depoimento nesta madrugada, não foi autuado pela DH. O soldado responderá apenas por crime militar por ter efetuado um disparo para o alto. De acordo com a corporação, Davi tem 30 anos e esta foi a primeira ocorrência de sua carreira que resultou na morte de alguém.

Segundo perícia realizada pela DH/Capital, Maria Esperanza Jimenez Ruiz, de 67 anos, foi alvejada pelo menos uma vez no pescoço. Ela estava no banco traseiro do automóvel, ao lado do irmão e a cunhada. O carro era conduzido por um italiano e no banco do carona estava a guia turística.

O advogado do soldado disse que o tenente atirou contra o veículo e acabou matando a espanhola. Eles serão levados para o Batalhão Prisional da PM.

Todos que estavam no veículo prestaram depoimento nesta segunda-feira (23) na Delegacia de Apoio ao Turista, que auxilia nas investigações.

Para justificar o pedido da prisão em flagrante dos policiais, a Corregedoria da PM afirmou que eles descumpriram o manual de abordagem da corporação e o que ato será alvo de investigações.

“A Polícia Militar, assim como das demais forças de segurança do país, segue os procedimentos estabelecidos no Manual de Abordagem. O referido manual determina que, em casos como o que ocorreu nesta data, os policiais não devem efetuar disparos, mas sim perseguir o veículo que não obedeceu a ordem de parar e bloquear sua passagem assim que for possível. A razão pela qual o procedimento não foi cumprido é também objeto da investigação em curso”, diz nota publicada.

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