Polícia indicia bolsonarista por homicídio, mas descarta crime político

O tesoureiro do PT em Foz, Marcelo Arruda e o bolsonarista Jorge Guaranho. Foto: Reprodução do Twitter/Facebook

O tesoureiro do PT em Foz, Marcelo Arruda e o bolsonarista Jorge Guaranho. Foto: Reprodução do Twitter/Facebook

A Polícia Civil do Paraná concluiu, nesta sexta-feira (15), que não houve motivação política no assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda. Ele foi morto no último domingo (10), pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, da Polícia Penal Federal (PPH), durante sua festa de 50 anos em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Guaranho foi indiciado pela polícia por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum. “É difícil nós falarmos que é um crime de ódio, que ele matou pelo fato de a vítima ser petista”, disse a delegada Camila Cecconello, chefe da DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) e responsável pela investigação.


Leia também:

+ Deputado bolsonarista é denunciado após ameaça à colega petista

+ Mãe de bolsonarista cita extremismo; PT divulga cartilha para militantes

+ Velório de Marcelo Arruda, assassinado em Foz, tem samba e comoção; vídeo


Cecconello descartou também a possibilidade de que o crime foi planejado: “Segundo os depoimentos, que é o que temos nos autos, ele voltou porque se sentiu ofendido com essa escalada da discussão, com esse acirramento da discussão entre os dois”.

“Para você enquadrar em crime político, tem que enquadrar em alguns requisitos. É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima. Parece mais uma coisa que se tornou pessoal”, completou a delegada.

O crime

Guaranho chegou ao local da festa 20 minutos antes de cometer o assassinato. Acompanhado da esposa e da filha, ele parou o carro do lado de fora do salão aos gritos de “é Bolsonaro, seus filhos da puta“. Marcelo saiu para ver o que estava acontecendo, quando o homem apontou o revólver. À pedido da mulher, Jorge foi embora, mas prometeu que voltava.

Em seguida, Arruda foi até o carro para buscar sem revólver, afirmando que era pra não ficar desprevenido caso o homem retornasse. Minutos depois, o bolsonarista invadiu o local com a arma nas mãos e efetuou dois disparos. O primeiro atingiu a perna de Marcelo, que caiu, e o segundo foi nas costas. Mesmo baleado, ele conseguiu se virar e dar cinco tiros em Guaranho. O tesouro do PT morreu na sequência e o assassino foi levado ao hospital, onde ficou internado na UTI.

Comentários

 




    gl