Polícia conclui que não houve edição em gravações de Joesley e Temer

A perícia realizada pela Polícia Federal na gravação da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista apontou que não houve edição no áudio, segundo informações da “Folha de São Paulo”. O relatório do laudo pericial deve ser entregue ao STF na próxima segunda-feira (26).

A análise foi concluída nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC). Os peritos identificaram mais de 180 interrupções “naturais” no áudio, que foi gravado por Joesley nos porões do Palácio do Jaburu no mês de março deste ano.  As “descontinuidades” em alguns trechos da gravação não teriam comprometido o conteúdo da conversa.

Na conversa, Batista fala sobre a compra de um procurador da República, a manipulação de dois juízes federais e o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro. O suborno seria uma forma de impedir que os dois fizessem acordo de delação.

Batista diz ainda que, com o ex-ministro Geddel Vieira Lima fora de circulação, precisaria de um novo interlocutor. Temer indica o ex-assessor Rocha Loures. Batista pergunta, então, se poderia tratar de “tudo” com Loures. “Tudo” responde Temer.

A perícia indica ainda que o equipamento utilizado pelo dono da JBS possui um dispositivo que pausa automaticamente a gravação em momentos de silêncio e a retoma quando identifica som.

A defesa de Temer questiona a legitimidade das gravações, que foram apresentadas pelo dono da JBS como provas de suas denúncias em seu acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato.

A expectativa é que, com a conclusão do inquérito da PF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente até terça-feira (27), uma denúncia contra Temer ao STF.

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