Em meio ao pior momento da pandemia, Bolsonaro dispara: ‘Pra mídia, o vírus sou eu’

Pressionado por assessores, principalmente da ala militar, a se conter em relação às críticas aos governadores, que estão restringindo ainda mais as medidas de contenção de propagação diante do aumento do contágio da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro voltou a mirar a imprensa durante encontro com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (3).

“Pra mídia, o vírus sou eu”, disse, segurando a irritação diante de um apoiador que dizia ter um estudo de que a imunidade de rebanho seria alcançada entre os meses de setembro e outubro deste ano.

A declaração acontece no momento em que o Brasil enfrenta uma alta de 11% das mortes em decorrência do novo Coronavírus, enquanto no mundo há um recuo de 6%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No breve encontro, Bolsonaro evitou se referir aos governadores e prefeitos, mas voltou a criticar, de forma sucinta dessa vez, a “política de novo do fica em casa”.

“O que que deu a reunião deles [governadores] ontem em Brasília? O que eles queriam?”, indagou ao apoiador, que respondeu: “dinheiro, política, só isso. Não tem preocupação com a população, não”.

Em seguida, o presidente falou que “criaram pânico, né?”. “O problema taí, lamentamos. Mas você não pode viver em pânico. Quem nem a política de novo do fica em casa. O pessoal vai morrer de fome, de depressão”, afirmou novamente.

Bolsonaro ainda anunciou a ida de uma delegação brasileira à Israel para fechar um acordo para que o Brasil entre na terceira fase de testes de “um spray nasal de combate à Covid” desenvolvido no país.

“É para quem está em estado grave. Então, dificilmente alguém vai se opor a esse tratamento”, afirmou, antes de voltar a atacar a imprensa.

Bolsonaro também afirmou que fará na noite desta quarta-feira (3) um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão sobre a Covid-19 e as vacinas.

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