PF prende CEO da GE e executivo da Philips em operação contra fraudes na saúde do Rio

A Operação Ressonância, um desdobramento da Operação Fratura Exposta, deflagrada nesta quarta-feira (4) pela Polícia Federal para desbaratar um esquema fraudulento na área de saúde do Rio de Janeiro e do Instituto Nacional de Traumatologia (Into) , prendeu o CEO da General Eletric para a América Latina, Daurio Speranzini Junior.

O pedido de prisão contra Speranzini cita fatos relativos tanto ao período em que ele comandou a Philips Medical no Brasil, até o ano de 2010, como o tempo em que ele está à frente da GE.

Além da GE, a multinacional Johnson & Johnson também é um dos alvos da investigação, embora a justiça não tenha autorizado um mandado de busca e apreensão na sede da empresa no Brasil como solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF).

Um mandado de prisão também foi expedido contra Frederik Knudsen, que era gerente da Philips quando os fatos foram investigados. Outros dois executivos da Dixtal Biomédica, que foi incorporada pela multinacional também são alvos de mandados de prisão.

Um dos alvos da operação é o empresário Miguel Iskin, que já havia sido preso na Fatura Exposta, e posto em liberdade por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Através de nota, a GE disse não ser alvo das investigações e que se coloca à disposição da Justiça para prestas esclarecimentos: “A respeito da operação da Polícia Federal conduzida na manhã de hoje, que resultou na prisão temporária de Daurio Speranzini Jr., esclarecemos que as alegações são referentes ao período em que o executivo atuou na liderança de outra empresa”.

Operação teve buscas em cinco estados

A operação contou com a participação de cerca de 180 agentes federais, que cumpriram 13 mandados de prisão preventiva; nove mandados de prisão temporária e 43 mandados de busca e apreensão em cinco unidades da Federação: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e Distrito Federal.

O apartamento do ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, na Lagoa (Zona Sul da cidade), foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Operação Fatura Exposta

A Operação Fatura Exposta identificou um grande esquema de corrupção na área da saúde pública do Rio. Na ocasião, a operação levou à prisão além de Côrtes, os empresários Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin, e seu sócio Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa – e que também seriam alvos da operação.

Também subsidiam a operação desta quarta-feira, informações e materiais colhidos em inquéritos anteriormente instaurados pela Polícia Federal sobre o assunto, bem como elementos colhidos em processos administrativos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e que aponta, segundo a nota divulgada pela PF, “para o envolvimento de uma grande empresa do ramo de fornecimento de materiais e equipamentos médicos no sentido de manter sob influência a diretoria do Into”.

“O objetivo dessa atuação seria o de direcionar os vencedores e os valores a serem pagos nos contratos de fornecimento de material e equipamentos junto ao Instituto”, informou a PF.

“Outras empresas interessadas em participar das licitações precisavam passar a integrar o cartel coordenado por essa grande empresa do ramo [cujo nome não foi revelado pela Polícia Federal] para ampliar as chances de sucesso”, acrescenta a nota.

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