PF ouve Bolsonaro, Michelle e aliados em depoimentos simultâneos nesta quinta

Michelle e Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos/PR

Michelle e Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos/PR

Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Lourena Cid, general da reserva, pai do ex-ajudante de ordens, Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente e Osmar Crivellati, também assessor de Bolsonaro darão depoimentos simultâneos nesta quinta-feira (31) à Polícia Federal no inquérito que apura a apropriação de joias. As oitivas estão marcadas para as 11h e serão na mesma hora para que não ocorra a combinação de respostas entre os suspeitos.

Eles são suspeitos de vender joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente. De acordo com a PF, eles teriam utilizado “a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior”.

A PF afirma ainda que as quantias obtidas com essas operações “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”. A Polícia Federal não informou o valor que os suspeitos teriam obtido com a venda das joias e presentes.

Na segunda-feira (28), Mauro Cid passou cerca de 10 horas depondo à Polícia Federal e, segundo investigadores, colaborou com a PF. Suas declarações têm potencial de virar delação premiada e podem ter revelado novas provas contra Bolsonaro, Michelle e aliados. O teor do depoimento do Cid, mantido em sigilo, servirá de base para perguntas a todos os depoentes.

A PF também quer saber do próprio Jair Bolsonaro de quem partiu a ideia de vender os itens recebidos da Arábia Saudita, para quem eles foram vendidos e como foi todo o processo, inclusive o de recompra e retorno de alguns dos presentes ao Brasil.

No último dia 15, Frederick Wassef admitiu ter recomprado o relógio Rolex que teria sido vendido ilegalmente nos Estados Unidos por Mauro Cid com um desconto de 11 mil dólares e com o “próprio” dinheiro. Em entrevista coletiva, o advogado mostrou um recibo de compra em seu nome, no valor de US$ 49 mil, e outro recibo de saque, de US$ 35 mil. Wassef afirma que a compra foi declarada à Receita.

Vão depor ao mesmo tempo, a partir das 11h:

– Ex-presidente Jair Bolsonaro;
– Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro;
– Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid;
– Pai de Cid e general que foi colega de Bolsonaro em academia militar, Mauro Lorena Cid;
– Advogado de Bolsonaro e da família, Frederick Wassef;
– Ex-chefe de comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten;
– Assessor especial de Bolsonaro, coronel Marcelo Câmara;
– Assessor de Bolsonaro, tenente Osmar Crivellati.

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