PF investiga governo Bolsonaro por financiar sites que pedem ditadura

Soldados. Foto: Reprodução de Internet

A investigação da Polícia Federal no âmbito do inquérito sobre a realização de manifestações e atos antidemocráticos apontou pela primeira vez indícios de que o governo Jair Bolsonaro teria financiado pessoas e páginas na internet que estimularam o ataque contra instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.

Segundo reportagem do jornal “O Globo”, a investigação agora caminha para apurar se verbas da publicidade oficial teriam sido empregadas para estimular os ataques.

A CPMI das Fake News descobriu os indícios e remeteu à PF informações de que a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) utilizou parte da verba da publicidade oficial em sites e páginas da internet ligadas à extrema direita responsáveis por estimular os atos contra a democracia.

No relatório sobre o caso, a delegada Denise Dias Ribeiro ressalta que o objetivo da investigação é descobrir se integrantes do governo teriam atuado de forma deliberada ou por omissão no financiamento das páginas investigadas.

“A investigação tem o objetivo de checar se essa ocorrência se deu por culpa ou por ação ou omissão deliberada de permitir a adesão da publicidade do governo federal, e a consequente monetização, ao conteúdo propagado”, destaca a delegada no relatório.

“Outro ponto a ser elucidado (e que complementarão a análise do material já em curso) é se essa conduta ocorreu por vínculos pessoais/ideológicos entre agentes públicos e os produtores de conteúdo ou mesmo por articulação entre ambos”, completa.

Ainda conforme o relatório da PF, foram descobertos “vínculos, ainda não totalmente esclarecidos”, ligando os grupos investigados ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves.

O documento ressalta que uma das líderes do grupo de extrema-direita autointitulado “300 do Brasil”, Sara Giromini ocupou um cargo no Ministério e foi exonerada “apenas em 15 de outubro de 2019”.

Além dela, a investigação também cita o nome de Sandra Mara Volf Pedro Eustáquio, mulher do blogueiro Oswaldo Eustáquio, que ocupa um cargo na Secretaria Nacional de Políticas de Promoção de Igualdade. Um ex-funcionário terceirizado, Renan Sena, também é alvo da investigação.










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