Polícia Federal aponta pagamento de R$ 5,5 milhões em propina a líder do governo

Fernando Bezerra Coelho. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Fernando Bezerra Coelho. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal aponta, na investigação sobre suposto esquema criminoso envolvendo o líder de governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, indícios de pagamento de propina de até R$ 5,5 milhões ao parlamentar, quando o parlamentar era ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff.

Acordos de colaboração premiada de três empresários implicaram o senador e seu filho, o deputado federal Fernando Filho, alvos de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (19), em Brasília, no Recife e em Petrolina (PE). As ações fazem parte da Operação Desintegração, desdobramento da Operação Turbulência.

Segundo a Polícia Federal, há diversos elementos de prova que indicam o recebimento dos valores, entre 2012 e 2014, pagos por empreiteiras, em razão das funções públicas exercidas pelos parlamentares.

Ao todo, Fernando Bezerra Coelho é alvo de cinco inquéritos, dois deles por supostos crimes contra a lei de licitações quando era prefeito de Petrolina, dois de quando era secretário estadual e um de quando foi ministro.

Com a repercussão da operação da PF, o parlamentar admitiu entregar o cargo de liderança do governo. Para o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Fernando permanece na liderança do governo no Senado pelo menos até o fim de semana, quando deverá tratar do assunto com o presidente Jair Bolsonaro.

“O senador Bezerra tem situação que é relativa a fatos passados, de quando era ministro de governos anteriores”, disse Onyx, dizendo que o esclarecimento do senador deverá ser prestado às autoridades.

O advogado André Callegari, que defende Fernando Bezerra e Fernando Coelho Filho divulgou nota sobre seu cliente: “Causa estranheza à defesa que medidas cautelares sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objeto da investigação. A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal. A defesa ainda não teve acesso ao pedido e à decisão do ministro que autorizou as medidas, mas pode afirmar que as medidas são desnecessárias e extemporâneas”.

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