Pedindo justiça, manifestantes depredam loja do Carrefour em São Paulo
Manifestantes atacaram uma unidade do supermercado Carrefour na rua Pamplona, na região da avenida Paulista, na Zona Oeste de São Paulo, no início da noite desta sexta-feira (20), em São Paulo. A ação acontece após dois seguranças da empresa, em Porto Alegre, assassinarem João Alberto Silveira, de 40 anos, na noite de quinta-feira (19).
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Os presentes no ato, que teve início no Masp, no centro da cidade, e foi até a unidade do supermercado da Pamplona, jogaram pedras contra o estabelecimento, levantaram grades, e invadiram a loja.
Alguns usaram as grades para quebrar vidros da fachada, outros, que conseguiram entrar, tiraram os produtos das prateleiras e jogaram no chão. Um princípio de incêndio foi registrado dentro da loja, mas ainda não se sabe a origem das chamas.
“FOGO NOS RACISTAS!”
Após o assassinato de João Freitas no Carrefour de Porto Alegre, manifestantes ateiam fogo no Carrefour da Pamplona, em São Paulo.
João Freitas foi espancado e assassinado por dois seguranças na noite de ontem (19), véspera do Dia da Consciência Negra. pic.twitter.com/G6nZHDsqmO
— Jornalistas Livres (@J_LIVRES) November 20, 2020
Manifestações em outras regiões do Brasil
Outras lojas do Carrefour em várias regiões do Brasil também foram alvos de manifestações. A mais emblemática foi realizada na porta do supermercado onde João Alberto foi morto, no bairro Passo da Areia. A loja ficou fechada, mas não impediu que os manifestantes realizassem o protesto.
Em Brasília, a manifestação começou na porta de uma loja da rede francesa, com alguns dos manifestantes deitados no chão como se estivessem mortos. Um deles segurava um cartaz em que se lia: “Não faça compras no Carrefour. Você pode morrer”.
Os manifestantes entraram na loja falando “eu não consigo respirar”, frase que Alberto gritou quando era imobilizado. Passando pelos corredores, também entoaram “vidas negras importam” e “justiça para Beto”.
No Rio de Janeiro, os manifestantes entraram na loja do Carrefour da Barra da Tijuca, bairro nobre da cidade onde fica a casa do presidente Jair Bolsonaro. Também pediam “justiça para Beto” e convenciam os clientes a deixarem o local. Ainda pediram, em coro, que liberassem os funcionários.
O protesto em Belo Horizonte seguiu por ruas da capital mineira. De máscaras, os manifestantes seguiam com certo afastamento uns dos outros e gritavam “Carrefour racista”. Cartazes com a imagem da vereadora do PSOL Marielle Franco, assassinada em março de 2018, eram vistos na marcha.
Pedido de prisão
Nesta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra, o juiz Cristiano Vilhalba Flores, do Foro Central de Porto Alegre, determinou a prisão preventiva de Magno Braz Borges e Giovane Gaspar Da Silva, seguranças que são suspeitos de matar João Alberto Silveira Freitas.
“Existem indícios de autoria pelas declarações das testemunhas, as quais afirmaram que a vítima fora detida pelos flagrados, sendo que estes teriam argumentado que agiram para cessar uma agressão que a própria vítima teria cometido contra terceiro, funcionário da empresa onde os fatos ocorreram. Os indícios de autoria são reforçados pelos vídeos juntados aos autos, onde se pode verificar toda a ação que culminou no óbito da vítima, que viera a falecer no local”, disse o magistrado na decisão.
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