Pedindo justiça, manifestantes depredam loja do Carrefour em São Paulo

Manifestantes depredam loja do Carrefour em São Paulo. Foto: Twitter/Jornalistas Livres

Manifestantes atacaram uma unidade do supermercado Carrefour na rua Pamplona, na região da avenida Paulista, na Zona Oeste de São Paulo, no início da noite desta sexta-feira (20), em São Paulo. A ação acontece após dois seguranças da empresa, em Porto Alegre, assassinarem João Alberto Silveira, de 40 anos, na noite de quinta-feira (19).

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Os presentes no ato, que teve início no Masp, no centro da cidade, e foi até a unidade do supermercado da Pamplona, jogaram pedras contra o estabelecimento, levantaram grades, e invadiram a loja.

Alguns usaram as grades para quebrar vidros da fachada, outros, que conseguiram entrar, tiraram os produtos das prateleiras e jogaram no chão. Um princípio de incêndio foi registrado dentro da loja, mas ainda não se sabe a origem das chamas.

Fogo no Carrefour

Manifestações em outras regiões do Brasil

Outras lojas do Carrefour em várias regiões do Brasil também foram alvos de manifestações. A mais emblemática foi realizada na porta do supermercado onde João Alberto foi morto, no bairro Passo da Areia. A loja ficou fechada, mas não impediu que os manifestantes realizassem o protesto.

Em Brasília, a manifestação começou na porta de uma loja da rede francesa, com alguns dos manifestantes deitados no chão como se estivessem mortos. Um deles segurava um cartaz em que se lia: “Não faça compras no Carrefour. Você pode morrer”.

Manifestantes contra racismo e o assassinato de João Alberto Silveira na porta de loja do Carrefour, em Brasília. Foto Reprodução/YouTube
Manifestantes contra racismo e o assassinato de João Alberto Silveira na porta de loja do Carrefour, em Brasília. Foto Reprodução/YouTube

Os manifestantes entraram na loja falando “eu não consigo respirar”, frase que Alberto gritou quando era imobilizado. Passando pelos corredores, também entoaram “vidas negras importam” e “justiça para Beto”.

No Rio de Janeiro, os manifestantes entraram na loja do Carrefour da Barra da Tijuca, bairro nobre da cidade onde fica a casa do presidente Jair Bolsonaro. Também pediam “justiça para Beto” e convenciam os clientes a deixarem o local. Ainda pediram, em coro, que liberassem os funcionários.

O protesto em Belo Horizonte seguiu por ruas da capital mineira. De máscaras, os manifestantes seguiam com certo afastamento uns dos outros e gritavam “Carrefour racista”. Cartazes com a imagem da vereadora do PSOL Marielle Franco, assassinada em março de 2018, eram vistos na marcha.

Pedido de prisão

Nesta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra, o juiz Cristiano Vilhalba Flores, do Foro Central de Porto Alegre, determinou a prisão preventiva de Magno Braz Borges e Giovane Gaspar Da Silva, seguranças que são suspeitos de matar João Alberto Silveira Freitas.

“Existem indícios de autoria pelas declarações das testemunhas, as quais afirmaram que a vítima fora detida pelos flagrados, sendo que estes teriam argumentado que agiram para cessar uma agressão que a própria vítima teria cometido contra terceiro, funcionário da empresa onde os fatos ocorreram. Os indícios de autoria são reforçados pelos vídeos juntados aos autos, onde se pode verificar toda a ação que culminou no óbito da vítima, que viera a falecer no local”, disse o magistrado na decisão.










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