PDT muda posicionamento e orientará votos contra a PEC dos Precatórios
O líder da bancada do PDT na Câmara, deputado Wolney Queiroz, disse que a legenda mudou seu posicionamento e vai orientar voto contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios.
A PEC, defendida por Jair Bolsonaro para viabilizar o programa social Auxílio Brasil — anunciado pelo governo para suceder o Bolsa Família, foi aprovada em votação de primeiro turno na última semana com margem apertada: 312 votos, quando o necessário para aprovar eram 308 votos.
Diferente de outros partidos de oposição, a bancada pedetista orientou voto “sim” à PEC. Essa posição abriu uma crise interna e fez o pré-candidato à presidência do partido, Ciro Gomes, vir à público para dizer que discorda de sua legenda e que vai “suspender” sua pré-candidatura até que a bancada reveja seus votos, já que, se tivesse orientado “não”, é provável que a PEC fosse derrubada.
A PEC adia o pagamento de precatórios (dívidas do governo já reconhecidas pela Justiça), a fim de viabilizar a concessão de pelo menos R$ 400 mensais aos beneficiários do novo programa no ano eleitoral de 2022.
A bancada do PDT tem 25 deputados. No primeiro turno, 15 parlamentares votaram a favor da PEC, o que ajudou na aprovação, por margem apertada, do texto, por 312 votos a 144. Eram necessários pelo menos 308 votos para a aprovação.
A mudança de orientação na votação não significa, no entanto, que todos os 25 deputados da legenda votarão contra a PEC. Os próprios pedetistas reconhecem que, entre os 15 que votaram a favor do texto em primeiro turno, haverá novos votos pela aprovação da proposta. A proposta deve ser votada em segundo turno nesta terça-feira (9).
Peso dos votos do PDT
Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, nesta segunda-feira (8), o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos disse que os votos do PDT foram decisivos para a aprovação da PEC no primeiro turno.
“Não tenho dúvidas de que, sem os votos do PDT e PSB, a proposta não seria aprovada. Houve um erro de avaliação”, analisou.
Para Ramos, no entanto, somente a virada de votos desses parlamentares do PDT e PSB na votação em segundo turno não garante a derrubada da PEC.
“Tínhamos 60 deputados ausentes no primeiro turno”, disse, adicionando que “nenhum” deputado que estava em missão no exterior, beneficiados por uma das manobras de Lira, votou.
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