Palestras sobre corrupção e Lava-Jato rendem R$ 219 mil a Dallagnol

O procurador do Ministério Público Federal e coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, recebeu R$ 219 mil em 2016 em doze palestras feitas para falar sobre o tema corrupção e a história da Operação.

Nesta semana a Corregedoria Nacional do Ministério Público instaurou um procedimento para investigar estes eventos remunerados.

Dallagnol declarou que trata-se de um procedimento padrão, que deve ser arquivado pela falta de qualquer irregularidade nos eventos que faz. Ele ressaltou que doa os recursos arrecadados para um hospital que cuida de crianças com câncer no Paraná.

A atividade docente, disse ele, é autorizada pela Constituição, por resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público e pelo Conselho Nacional de Justiça. As palestras são reconhecidas como “atividade docente” por uma resolução do CNJ.

Dallagnol fez sua maior palestra em evento na noite da última quinta-feira (22), em São Paulo, da XP Investimentos, que reuniu cinco mil pessoas. O procurador disse que o interesse por suas declarações vem da identificação das pessoas com a causa, o combate à corrupção, que segundo seu discurso, desvia no Brasil em torno de R$ 200 bilhões por ano.

“Nas minhas palestras não trato de casos específicos, trato de corrupção. Não faço menções específicas a corruptos”, disse o procurador após rebater críticas de representantes de alguns partidos, de que estaria enriquecendo com a repercussão da Operação Lava Jato e mencionando pessoas investigadas em suas declarações.