Número de chacinas dobrou durante intervenção no Rio, diz relatório

Forças Armadas fazem operação na Vila Aliança. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Forças Armadas fazem operação na Vila Aliança. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Nos dois meses de atuação da intervenção federal no Rio de Janeiro, o número de chacinas dobrou na comparação com o mesmo período de 2017. No ano passado, foram seis episódios que resultaram na morte de 22 pessoas. De 16 de fevereiro a 15 de abril de 2018, foram registadas 12 chacinas, com a morte de 52 pessoas.

O decreto do presidente Michel Temer autorizando a intervenção federal, com o uso das Forças Armadas em operações de segurança pública, foi publicado em 16 de fevereiro deste ano.

Os dados estão no relatório À deriva – sem programa, sem resultado, sem rumo, divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Observatório da Intervenção, que reúne várias entidades da sociedade civil e faz o acompanhamento diário dos trabalhos na segurança pública desde fevereiro.

O Observatório monitorou 70 operações desde o início da intervenção, que tiveram o emprego de 40 mil agentes, resultaram na morte de 25 pessoas e na apreensão de 140 armas, sendo 42 fuzis. Os dados do aplicativo Fogo Cruzado mostram que o número de tiroteios aumentou no período. Nos dois meses antes da intervenção, foram registrados 1.299 tiroteios no estado, enquanto nos dois meses seguintes ao decreto, o número foi para 1.502, um aumento de 15,6%. Esses tiroteios deixaram 294 mortos e 193 feridos.

Forças Armadas fazem operação na Vila Aliança. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Forças Armadas fazem operação na Vila Aliança. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Os pesquisadores apresentaram a evolução dos indicadores de segurança no estado nos últimos anos. Os dados revelam que não houve um aumento significativo da taxa de letalidade violenta de 2016 para 2017. Em fevereiro e março deste ano foram 940 homicídios, 209 homicídios decorrentes de intervenção policial e 19 policiais mortos.

Sobre a sensação de insegurança, o levantamento aponta que 92% da população do Rio de Janeiro têm medo de ser atingida por bala perdida, de morrer ou ser ferido em assalto e de ficar no meio de tiroteio entre polícia e bandidos. E 70% disseram ter medo de sofrer violência por parte da Polícia Militar.

Governo

Em nota, o Gabinete de Intervenção Federal informou que “está dedicado aos objetivos estabelecidos de diminuir progressivamente os índices de criminalidade e fortalecer as instituições da área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro”.

“Medidas emergenciais e estruturantes estão sendo tomadas e serão observadas ao longo do período previsto de intervenção federal, conforme Decreto nº 9.288 de 16 de fevereiro de 2018”, diz a nota.

Perguntado sobre o aumento dos tiroteios, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse, após cerimônia de premiação do Selo Resgata, no Palácio do Planalto, que isso sempre ocorre quando se inicia um processo de mudança como o proporcionado pela intervenção no Rio de Janeiro.

Fonte: Agência Brasil

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