Não é para amadores: semana no Brasil teve perdas, mudança na folia e polêmica

Elza Soares. Foto: Patricia Lino

Elza Soares. Foto: Patricia Lino

O brasileiro, mistura de diversas faces e origem, cultura e hábitos tem, no seu povo, um traço quase que exclusivo em comparação com os cidadãos de outros países.

Colonizado, escravizado, reprimido ou supostamente democratizado, em todas as fases dos mais de 521 anos, sempre consegue uma forma de driblar as adversidades. É o que se consagrou como “jeitinho brasileiro”.

Nessa esteira, surgiram muitos ditados para traduzir esse perfil, o que na era digital e da informação, transformou-se em meme. Seja ditado, frase feita ou meme, os dizeres; o Brasil não é para amadores, está cada vez mais atual.

Se 2021 e 2020 são anos que a maioria quer esquecer e 2022 chegou como um novo horizonte para superar as dificuldades, muitas delas impostas pela pandemia de Covid-19, janeiro tem dado um alerta.

+ Carnaval, alegria do povo:

Conhecido mundialmente por ser o país do samba e do futebol, o Carnaval brasileiro tem sido uma das maiores vítimas das restrições e limitações que a pandemia trouxe.

Desde o final de 2021, muitos eventos relacionados a festa, foram cancelados, seja por prevenção, seja por pressão política, econômica ou até religiosa.

Nesta semana, Rio e São Paulo, donos dos dois principais desfiles de escolas de samba do país, decidiram adiar o espetáculo, por decisão das prefeituras. Banho de água fria em muitos sambistas. A festa, agora, está marcada para o feriado de Tiradentes, inconfidente e traído.

+ BBB; transfobia e política:

Na segunda-feira teve início o BBB. Todo mundo diz que não assiste, mas a audiência lidera os índices da televisão e atrai milhões em cotas de patrocínio para a emissora que mantém o formato por já longos 22 anos.

O reality show virou muito mais que a possibilidade de um prêmio milionário ao vencedor. Lá, se discute política, gênero e caráter. E tudo que acontece lá dentro, espelho de uma sociedade diversa, repercute. E muito. E em 2022 segue assim. Travesti, gay e transfóbico. Negro, ex e adultero. Nesse caldeirão o BBB já proporcionou, em poucos dias, muito debate nas redes sociais e na imprensa.

Do lado de fora, teve ex-BBB chamando, supostamente, uma participante de “Dálmata”. Ela é negra e tem vitiligo. Ele é negro também.

+ Ainda perdendo vidas:

Irreparáveis. Só quem perdeu alguém próximo para a Covid-19 sabe o que é essa doença. Não. Todos nós perdemos muito. Quem não perdeu alguém próximo, viu o país perder nomes extraordinários; nas artes, na cultura, na política, ou em tantas outras áreas de atuação.

Mas não foi só o vírus invisível, inclusive para muitas autoridades, o responsável por causar dor e uma lacuna que não se preenche jamais.

Nesta semana, Elza Soares, um retrato tão puro do que é a essência brasileira, descansou. Descansou das dores, do preconceito, da discriminação. E nós não vamos nos cansar nunca de ouvir e tê-la como referência de um exemplo deslumbrante de mulher.

+ 1, 2, 3, é Ciro outra vez!

Na sexta-feira (21), o PDT oficializou Ciro Gomes como pré-candidato ao Planalto, pela quarta vez. A política aquece os motores para voar num céu que promete todas as intempéries causadas pelo clima ideológico e deve incendiar de vez o debate nacional.

Todos se dizem contra o atual dono da cadeira; Jair Bolsonaro. Nesta semana, perdeu sua mãe. Pelas redes sociais, o próprio Ciro, João Doria e Sergio Moro, prováveis adversários de Bolsonaro, prestaram condolências. Lula, não. Bolsonaro foi criticado por, horas depois de enterrar dona Olinda, ir apostar na Mega. Quem vai vencer esse jogo?

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