Na ONU, Bolsonaro defende tratamento precoce e critica passaporte da vacina

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/YouTube

Jair Bolsonaro discursou nesta terça-feira (21) na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e defendeu o uso do tratamento precoce – que não possui eficácia comprovada – no combate a pandemia do novo Coronavírus.

“Não entendemos por que muitos países se posicionaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos”, declarou o presidente do Brasil.

Em seu tradicional discurso de abertura, o representante brasileiro repetiu as declarações dadas aos apoiadores e afirmou que o país encontrava-se próximo de se tornar um regime comunista: “O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e seus militares, valoriza a família e deve lealdade a seu povo. Isso é muito, é uma sólida base, se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo.”

No início da fala, o presidente destacou que seu objetivo na ONU era mudar a imagem internacional do país. “Venho mostrar aqui um Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões. Estamos há 2 anos e 8 meses sem nenhum caso de corrupção”, frisou.

Na sequência, o presidente ressaltou pontos de avanços na economia como a assinatura de contratos para ferrovias e leilões de aeroportos e terminais portuários.

Bolsonaro aproveitou para defender o meio ambiente e ressaltou o compromisso do Brasil em atingir a neutralidade climática até 2050. Sem a comprovação, Jair disse que a Amazônia teve “uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado ao ano anterior”.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônica (Imazon), porém, dizem o contrário. Segundo relatório produzido pelo órgão, o último mês de agosto registrou o pior desmatamento na Amazônia dos últimos 10 anos. Em relação ao ano passado, o acréscimo foi de 7%.

Ainda sobre a Amazônia, o presidente declarou: “É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a Amazônia, a nossa floresta, é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa e com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é mais sagrado, a nossa soberania”.

Bolsonaro afirmou, ainda, que tem “compromisso solene” com a proteção da Amazônia. Disse que a Amazônia é maior do que toda a Europa ocidental e “permanece praticamente intocada”, o que seria prova, segundo o presidente, de que o Brasil é “um dos países que mais protegem o meio ambiente”.

Sobre a pandemia, o presidente frisou que o Brasil não é a favor da exigência de comprovação de vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus. Ele afirmou que o governo está investindo na imunização, mas que não se pode obrigar a população a receber a proteção contra o vírus.

“Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina”, afirmou. Em contrapartida, disse que “até novembro, quem quiser será vacinado”.

Por fim, Jair Bolsonaro garantiu que o Brasil concederá vistos humanitários a “cristãos, mulheres, crianças e juízes” que desejam sair do Afeganistão e declarou-se contrário a utilização do “passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina”.

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