Museu de Arte Moderna de São Paulo anuncia programação de 2021

Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Divulgação/MAM

O Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta sua programação de 2021 com novas mostras em seus espaços expositivos e ações online voltadas ao público de todas as idades.

A programação traz cinco mostras inéditas, são desde projetos que discutem os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 e o acervo do Museu, até exposição que reúne obras de artistas oriundos de diversos povos indígenas.

Entre as novidades do MAM para 2021, está, também, a nova Comissão de Artes composta pelos curadores Claudinei Roberto da Silva (São Paulo), Cristiana Tejo (Recife/ Lisboa) e Vanessa K. Davidson (Austin).

Juntos, o trio terá a missão de assessorar o Museu em questões relacionadas à curadoria e política de aquisição. Para escolha dos novos membros, a Presidência e Curadoria do MAM, composta, respectivamente por Mariana Guarini Berenguer e Cauê Alves, buscaram profissionais com larga experiência em educação em museus e pesquisas que dialogam com o campo da arte brasileira e latino-americana, e se baseou em requisitos como a diversidade étnica e de gênero, como também a descentralização regional – uma vez que o trio é de diferentes regiões e nacionalidades.

Programação 2021

Até 21 de março, o Museu apresenta a mostra retrospectiva de Antonio Dias (1944 a 2018), artista paraibano, figura de singular trajetória na arte contemporânea brasileira e autor de uma obra multimídia, carregada de engajamento social e político, e de ironia e sensualidade. Com curadoria de Felipe Chaimovich, a exposição reúne obras emblemáticas, todas elas integrantes do acervo pessoal do artista. No mesmo período, fica em cartaz a mostra que celebra os 20 Anos do Clube de Fotografia do MAM. Com curadoria de Eder Chiodetto, a exposição que celebra as duas décadas do Clube ocupa a sala Paulo Figueiredo com obras de mais de 100 artistas – Berna Reale, Cláudia Andujar, Miguel Rio Branco e outros – e homenageia Mário Cravo Neto .

De abril a julho, o Museu inicia a discussão dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 com uma exposição que homenageia a família Gomide Graz – pioneira na introdução de composições geométricas abstratas no Brasil por meio de objetos utilitários. Com curadoria de Maria Alice Milliet, a mostra reúne obras de Regina Gomide Graz, Antônio Gomide e John Graz na sala Milu Villela e traz ao público um diálogo entre artes visuais e design enquanto vertente moderna brasileira oriunda da Semana de 22, mas pouco conhecida atualmente.

No mesmo período, o “Projeto Parede” recebe a obra Campo Fraturado da artista Ana Maria Tavares. Composta por imagens manipuladas digitalmente, o trabalho traz questionamentos da artista acerca das relações entre design, ordem e estrutura, entre natureza e artifício, entre pureza e contaminação.

A obra tem como inspiração a série Airshaft (para Piranesi), em desenvolvimento desde 2008 por Ana Maria, formada por imagens digitais, vídeo e videoinstalação – as quais estabelecem, desde o início, um diálogo afinado com a obra Carceri d’Invenzione, do século XVIII, de autoria de Giovanni Battista Piranesi.

De agosto a dezembro, ainda como parte das comemorações da Semana de Arte Moderna, o MAM apresenta a exposição “Moderno onde? Moderno quando? Modernismo e a Semana de 22”. Com curadoria das críticas de arte e professoras Aracy Amaral e Regina Teixeira de Barros, a mostra ocupa a Sala Milu Villela e explora a amplitude da emblemática Semana de 1922 com obras de todo o Brasil, enfatizando que a arte moderna não esteve restrita apenas à São Paulo.

O corpo expositivo é formado por trabalhos de nomes icônicos da história da arte brasileira, como Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Rego Monteiro, Victor Brecheret, Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Flávio de Carvalho, Ismael Nery e Cícero Dias. Destaque, também, para maquetes dos arquitetos Victor Dubugras, Antonio Garcia Moya, Gregori Warchavchik e Flávio de Carvalho. Figuram, ainda, obras de antecessores do período como Eliseu Visconti, Belmiro de Almeida, Artur Timóteo da Costa, Mário Navarro da Costa, Pedro Weingärtner, Henrique Alvim Corrêa e Hélios Seelinger .

De agosto a dezembro, na outra ponta do Museu, na sala Paulo Figueiredo, o público poderá conhecer a exposição “Moquém – Surarî: arte indígena contemporânea”, que integra a programação da 34ª Bienal de São Paulo.

Com curadoria de Jaider Esbell, assistência de curadoria de Paula Berbert e consultoria de Pedro Cesarino, a mostra reúne trabalhos de artistas dos povos Baniwa, Huni Kuin, Karipuna, Krenak, Marubo, Makuxi, Patamona, Pataxó, Tapirapé, Taurepang, Tikmu’un_Maxakali, Tukano, Xakriabá, Xirixana, Wapichana e Yanomami.

Serão exibidos desenhos, pinturas, fotografias e esculturas que se referem às transformações visuais do pensamento cosmológico e narrativo ameríndio, apontando para a profundidade temporal. Segundo o corpo curatorial, o tempo da arte indígena contemporânea não é refém do passado, mas antes o mobiliza no presente para reconfigurar posições enunciativas, relações de poder e impasses civilizatórios.

Segundo Cauê Alves, curador do MAM São Paulo, “a programação de 2021 propõe um olhar contemporâneo sobre o modernismo e, além disso, pressupõe uma reflexão atualizada que amplia os sentidos e a compreensão sobre a arte moderna no Brasil. Ter a mostra Moderno onde? Moderno quando? ocorrendo ao mesmo tempo que Moquém – Surari’: arte indígena contemporânea permite um diálogo entre a visão que os artistas modernos tinham do indígena, o modo como incorporaram a noção de antropofagia, ao lado da produção atual de artistas indígenas”.

Encerrando a programação de 2021, de dezembro a março de 2022, o Museu apresenta “Coleção, conservação e restauro no Acervo do MAM”. Com curadoria de Cauê Alves e da equipe do MAM, a exposição é fruto de um intenso processo de inventário de suas coleções, com cerca de 5.700 obras, realizado desde março de 2020 pelo Núcleo de Conservação do Acervo e o Núcleo de Acervo Documental. Simultaneamente à exposição, um ateliê de restauro será instalado no espaço expositivo, que promoverá o aspecto educativo da mostra com oficinas e ações que abordem as relações entre os trabalhos da Curadoria, Acervo e do Educativo no MAM.

O Museu apresentará, ainda, uma ampla programação online nos seus canais digitais como parte das iniciativas culturais e educativas disponibilizadas pelo Museu ao público, à exemplo de lives e conteúdos nas redes sociais, encontros educativos por videoconferência e lançamento de minidocumentários sobre as mostras, dando continuidade ao #MAMonline

O MAM São Paulo segue um rigoroso protocolo de saúde e higiene implementado em colaboração com a equipe da Consultoria do Hospital Israelita Albert Einstein, além de medidas de proteção estabelecidas pelos órgãos brasileiros de Saúde Pública. Os ingressos serão disponibilizados apenas online (clicar aqui) e com hora marcada. O número de pessoas por sala é limitado, o uso de máscara é obrigatório e dispositivos de álcool gel estão distribuídos em pontos estratégicos do Museu.

Sobre o MAM São Paulo

Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.

O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de áudio-guias, vídeo-guias e tradução para a língua brasileira de sinais.

O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório e restaurante. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.











 

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