Mulher trans obtém o direito de usar cabelo e uniforme femininos na Marinha

Alice Costa. Foto: Reprodução/Acervo Pessoal

A Justiça Federal do Mato Grosso do Sul decidiu que uma sargenta transexual possa utilizar uniforme e corte de cabelo de acordo com a sua identidade de gênero.

A decisão, que é inédita no Brasil, garantiu o direito à Alice Costa, que serve no Hospital Naval de Ladário, na região pantaneira do estado.

Alice Costa foi representada pela advogada Bianca Figueira, que também é transexual e foi reformada compulsoriamente pela Marinha quando assumiu a sua identidade de gênero.

Caso a decisão desta segunda-feira (12) não seja cumprida, a multa é de R$ 100 mil por dia. A militar obteve o direito por meio de uma decisão da 1ª Vara Federal de Corumbá.

Natural de Mesquita, uma cidade da baixada fluminense, no Rio de Janeiro, Alice decidiu encarar a vida militar há mais de dez anos. “Não era um sonho. Tive uma vida familiar bem complicada. Eu cheguei a ouvir de pessoas próximas que seria mendiga e que não teria nada. Uns amigos precisavam de ajuda para passar na prova e também me inscreveram, por acreditarem na minha capacidade. Até que, só eu passei e eles não”, disse ela ao site Campo Grande News”.

Alice entrou em 2011 no concurso de aprendiz de Marinheiro. Em dezembro de 2011 foi nomeada marinheira. Tr~es anos depois, tornou-se cabo e em junho do ano passado foi nomeada sargento.

Com o novo cargo e a estabilidade no trabalho, Alice se sente segura para revelar não só aos amigos e familiares como aos colegas de trabalho a transexualidade. No ano passado, ela iniciou o processo de hormonização e se sente feliz com cada conquista.

Agora, seu maior sonho, é inspirar outras mulheres transexuais. “Sei que existem outras antes de mim que lutam pelos seus direitos de retornarem à ativa. Ao mesmo tempo quero ser um exemplo para as próximas”.

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