Mourão e Guedes contrariam Bolsonaro e defendem lockdown e vacinas

Hamilton Mourão, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Foto: Agência Brasil

Após Jair Bolsonaro mais uma vez debochar das vítimas da Covid-19 e dizer que “no que depender de mim nunca teremos lockdown”, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, rebateu sua fala e defendeu nesta sexta-feira (5) a prática e a autonomia dos governadores para decretarem lockdown “se for necessário”.

“Cada gestor tem a avaliação da situação em sua região e deve tomar as medidas necessárias”, disse Mourão, segundo relatou o jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no portal “Época”.

Durante a semana, o presidente promoveu uma série de ataques às medidas protetivas contra a Covid-19, no momento em que o Brasil amarga o colapso no sistema de saúde e quase duas mil mortes diárias em decorrência do vírus.

Além de pregar contra lockdown, ele condenou o uso de máscara e disse que é preciso parar de “mimimi”, referindo-se às 260.970 mil vítimas da Covid-19 no Brasil.

Paulo Guedes também contraria Bolsonaro

Nesta quinta-feira (4), o ministro da Economia, Paulo Guedes, publicou um vídeo em que discorda do presidente Jair Bolsonaro quanto às prioridades da gestão pública na pandemia. Para o economista, “Nós precisamos de saúde, emprego e renda. Primeiro a saúde, sem saúde não há economia”.

O vídeo gravado ao lado do senador Márcio Bittar (MDS – AC) foi lançado logo após a aprovação da PEC Emergencial no Senado Federal. Bittar é o relator da proposta de emenda constitucional que define a prorrogação do auxílio emergencial. A medida segue para votação na Câmara dos Deputados.

“O presidente sempre disse que a economia e a saúde andam juntos, e nós temos que respeitar isso”, disse o ministro, pouco antes de afirmar que a saúde da população é prioritária.

Guedes também contrariou o presidente ao afirmar que a vacina é fundamental para controlar a pandemia e manter a atividade econômica do país.

“Da mesma forma [que a saúde], a vacinação em massa vai nos permitir manter a economia em funcionamento”, disse o ministro, que classificou antes a saúde e a economia na pandemia como “crises gêmeas”.

O presidente comentou com rispidez a escassez de imunizantes para a campanha nacional de vacinação nesta quinta-feira: “Tem idiota que a gente vê nas mídias sociais, na Imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo”.










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