Mourão debocha sobre investigação de tortura na ditadura: ‘vai trazer os caras do túmulo de volta?’

Vice-presidente Hamilton Mourão. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Vice-presidente Hamilton Mourão. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O vice-presidente, Hamilton Mourão, ironizou as cobranças da sociedade civil e de parlamentares sobre a necessidade de realizar uma apuração rigorosa em torno dos áudios do Superior Tribunal Militar (STM) que apontam a prática de tortura por agentes da ditadura militar no Brasil.

“Vai apurar o quê? Os caras já morreram tudo. Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, disse Mourão, nesta segunda-feira (18), na entrada do Palácio do Planalto.

General da reserva do Exército, Mourão considera que o tema faz parte do passado: “História, isso já passou, né? A mesma coisa que a gente voltar para a ditadura do Getúlio. São assuntos já escritos em livros, debatidos intensamente. Passado, faz parte da história do país”.

O vice-presidente foi questionado sobre os áudios, divulgados pelas jornalista Míriam Leitão em sua coluna no jornal “O Globo”, que mostram sessões do Superior Tribunal Militar (STM) na época do governo ditatorial, em que os militares falam sobre as torturas.

A divulgação dos áudios de sessões em que ministros da Corte admitem a prática de tortura durante a ditadura repercutiu entre integrantes do mundo político e do Judiciário.

Ao todo, são mais de dez horas de gravações, e os áudios foram analisados pelo historiador Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As sessões ocorreram entre os anos de 1975 e 1985.

Para o senador Humberto Costa, do PT, presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a exposição dessas falas é uma peça importante para se entender o papel do Estado brasileiro durante o regime.

“A partir da divulgação desses dados sensíveis, a CDH do Senado vai promover uma devassa, uma rigorosa investigação sobre esses arquivos. Precisamos passar o Brasil a limpo”, afirmou ao jornal “O Globo”.

Leia também:

+ Covid: Decreto de ‘fim da emergência’ no Brasil vai contra OMS

+ Polícia investiga saque a supermercado na zona norte do Rio de Janeiro

Comentários

 




    gl