Moro pode deixar governo caso perca comando da Polícia Federal, diz revista

A queda do ministro da Justiça, Sérgio Moro, já é vista como certa nos bastidores do Planalto. Em seu nono mês de trabalho, ele está exaurido. O motivo para a saída de cena do ex-juiz federal consta em reportagem desta quinta-feira (12) da Revista Época.

De acordo com a publicação, caso o presidente tire Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal (PF), e não coloque em seu lugar alguém da confiança de Moro, o ministro deixará o governo.

Jair Bolsonaro já disse publicamente que quer Maurício Valeixo fora do governo e espezinhou Moro com um “Quem manda sou eu”. O delegado favorito do presidente para o cargo, Anderson Torres, próximo a Flávio e Eduardo Bolsonaro, é bem mais novo na carreira.

“Essa turma (que dirige a PF) está lá há muito tempo, tem de dar uma arejada”, disse o presidente, que oficialmente afirmou querer a cabeça de Valeixo porque o diretor-geral da Polícia Federal trocou os superintendentes regionais sem sua opinião. No entanto, a insatisfação do presidente com a PF não foi exatamente por isso.

Conforme mostrou o repórter André Guilherme Vieira, a instituição investiga milicianos que eram ligados ao gabinete de Flávio Bolsonaro. O caso é trabalhado pela Diretoria de Inteligência, mas policiais próximos à família do presidente souberam da existência da apuração, causando a ira de Bolsonaro. Daí ele querer controlar a corporação no Rio de Janeiro.

O texto, assinado pelo jornalista Guilherme Amado, diz ainda que no Congresso já existe quem cogite romper com o governo caso Moro saia, e o presidente já foi alertado mais de uma vez sobre esse risco. Sem o apoio dos “lavajatistas”, o governo perderá uma de suas pedras fundamentais e ficará ainda mais vulnerável.

Segundo fontes, Moro “sente-se especialmente desconfortável com o linguajar de Bolsonaro sobre uma série de assuntos”, e só atura Bolsonaro para manter a aparência harmoniosa em nome da agenda política.

“Manter-se como o responsável por escolher quem dirige a PF se tornou hoje a grande trincheira de Moro. E pode ser a última”, diz  trecho da reportagem.

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