Em discurso nesta segunda-feira (26), durante a abertura do ano letivo na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) fez uma reflexão sobre a defesa da democracia, aproveitando uma situação inusitada: a luta entre Kleber Bambam e Popó.
Moraes afirmou que o Brasil não pode “baixar a guarda” e “dar uma de Bambam contra Popó”, pregando o fortalecimento das instituições.
“Esses três pilares [imprensa, eleições e Judiciário] resistiram no mundo todo, mas foram abalados. Nós não podemos nos enganar, não podemos baixar a guarda, não podemos dar uma de Bambam contra Popó – – que durou 36 segundos. Nós temos que ficar alertas e fortalecer a democracia, fortalecer as instituições”, destacou.
Durante sua explanação, o ministro detalhou como grupos extremistas têm realizado ataques às democracias ao redor do mundo e destacou a importância de se manter vigilante contra essas ameaças, ressaltando que estratégias que visam atacar a imprensa e tentar minar a independência do sistema judiciário são características típicas de regimes ditatoriais.
“Em alguns países, os extremistas, quando chegam ao poder, atacam os pilares da democracia. (…) [Atacam] a imprensa livre – emparelhando as notícias verdadeiras com as fraudulentas, colocam em dúvida a credibilidade do sistema eleitoral e, agora, não podem deixar aqueles que têm o papel de garantir o Estado democrático de Direito, não podem deixar que eles tenham independência. Isso foi feito em todos os países onde esse mecanismo de extremismo surgiu”, declarou.
“E foi o que foi feito no Brasil: um ataque frontal. E em outros países onde o Judiciário também resistiu. Por que no Brasil isso foi mais sentido? (…) Porque no Brasil existe a Justiça Eleitoral”, relatou.
“Então, ao mesmo tempo, o ataque ao segundo pilar da democracia, os instrumentos que levam à democracia – o voto – e o terceiro pilar – a independência do Judiciário, no Brasil, isso se misturou”, acrescentou.
“Porque é o poder Judiciário, por meio da Justiça Eleitoral, que organiza, realiza, administra e julga as eleições. Então, o inimigo do segundo e do terceiro pilares que levam à democracia para o populismo extremista, no Brasil, eram o mesmo. E os canhões foram direcionados para isso”, concluiu.
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