Ministro da Saúde, Queiroga teme colapso por avanço da Ômicron

Marcelo Queiroga. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Marcelo Queiroga. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Durante fórum realizado pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, a Secovid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou as perspectivas da Pasta em meio ao avanço da variante do novo coronavírus, a Ômicron, no Brasil.

Até o momento, estudos apontam que essa é a cepa mais transmissível. Por outro lado, gera casos de menor gravidade pelo falo do vírus se reproduzir mais nas vias superiores do que nos pulmões.

Segundo Queiroga, diferente do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), que também nesta terça-feira (12), deu “boas-vindas” à Ômicron, a nova variante traz desafios diante da possibilidade de colapso do sistema de saúde e do aumento do número de mortes:

“Estamos enfrentando outro desafio: a variante Ômicron. Essa variante, que foi inicialmente identificada na África, e, rapidamente, se espalhou em todo o mundo, trazendo incertezas, trazendo receio às pessoas de um novo surto de casos, um novo impacto no sistema de saúde com a perspectiva de colapso e perdas de vidas.

Nós já temos notícias de outros países onde essa variante se tornou prevalente e que há número realmente grande de casos, mas os sistemas de saúde não têm sido tão pressionados, sobretudo naquelas populações que estão fortemente vacinadas. O Brasil tem ainda alguns estados em que a vacinação não chegou ao nível que desejávamos”, disse o ministro.

No Brasil, contudo, não há como saber com precisão e amplitude os impactos nos números da pandemia em meio à disparada de casos, já que o país está sob um apagão de dados desde 10 de dezembro.

A Pasta informou que já normalizou a integração dos sistemas, mas a previsão de especialistas é que o represamento ainda impacte nas estatísticas do próximo mês. Uma nova previsão indica que os sistemas serão restabelecidos até a próxima sexta.

+ Senadores suspeitam de sabotagem:

O apagão de dados do Ministério da Saúde, que dura 33 dias, foi o principal tema de conversa de senadores que integraram a CPI da Covid-19 no Senado Federal no ano passado e agora avaliam reeditá-la.

Alguns suspeitam que a Pasta comandada por Marcelo Queiroga tenha sabotado o sistema que, além de compilar os dados da doença, fornece também o chamado passaporte vacinal. Desde que o ConectSUS saiu do ar, tem sido mais difícil para estabelecimentos cobrarem pessoas para provarem que tomaram a vacina contra a Covid.

“Estamos um mês sem dados e ninguém tomou a iniciativa de pedir informações ao ministério sobre o que aconteceu”, disse Omar Aziz (PSD), que presidiu a Comissão.

+ Recorde negativo preocupa:

O Brasil registrou nesta quarta-feira 88.464 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 22.718.606 diagnósticos confirmados desde o início da pandemia.

Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi a 52.714, a maior registrada desde 1º de julho do ano passado. Isso representa variação de + 614%, indicando tendência de alta nos casos da doença.

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