Ministro liga gay a ‘famílias desajustadas’ e diz que não tem nada a ver com acesso à internet para aulas

Milton Ribeiro. Foto: Reprodução da TV

Milton Ribeiro. Foto: Reprodução da TV

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse, nesta quinta-feira (24), que a homossexualidade está ligada a “famílias desajustadas”.

“Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, afirmou ao jornal “O Estado de S. Paulo”, após ser questionado sobre educação sexual nas escolas.

Ribeiro disse também que a homossexualidade é uma escolha. “Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminha por aí. São questões de valores e princípios”, completou.

Sobre a retomada presencial das aulas e as dificuldades de acesso à internet dos estudantes brasileiros, ele falou que não são temas de sua responsabilidade: “Não é um problema do MEC, mas um problema do Brasil”.

Segundo ele, a pandemia evidenciou a questão da dificuldade do acesso à internet, mas o problema afetaria apenas “um número muito pequeno” de estudantes.

“Esse problema só foi evidenciado pela pandemia, não foi causado pela pandemia. Mas hoje, se você entrar numa escola, mesmo na pública, é um número muito pequeno que não tem o seu celular. É o Estado e o município que têm de cuidar disso aí. Nós não temos recurso para atender. Esse não é um problema do MEC, é um problema do Brasil”, disse. “Não tem como, vai fazer o quê? É a iniciativa de cada um, de cada escola. Não foi um problema criado por nós”, completou.

O ministro não apresentou qualquer evidência para sua declaração sobre acesso à Internet. Segundo a pesquisa TIC Kids Online 2019, divulgada em maio pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), há no Brasil 4,8 milhões de crianças e adolescentes, na faixa de 9 a 17 anos, sem acesso à internet em casa. Eles correspondem a 17% de todos os brasileiros nessa faixa etária.

Na entrevista, Ribeiro também disse que o MEC está elaborando um protocolo de biossegurança para a retomada das aulas do ensino básico e que o assunto não é da sua “jurisdição”.

O ministro também ressaltou que se o retorno das aulas presenciais dependesse apenas dele, os estudantes já teriam voltado às escolas na semana passada. “Não temos o poder de determinar. Por mim, voltava na semana passada, uma vez que já superamos alguns itens, saímos da crista da onda e temos de voltar. Mas essa volta deverá ser de acordo com os critérios de biossegurança”, ressaltou.

Milton Ribeiro é pastor na Igreja Presbiteriana e, segundo currículo na plataforma Lattes, é graduado em Teologia e Direito e tem mestrado em Direito e doutorado em Educação.










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