Ministro diz que liberar verba em troca de voto não é chantagem, é ‘ação de governo’

Carlos Marun. Foto: Agência Brasil

Carlos Marun. Foto: Agência Brasil

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta terça-feira (26) que em 15 de janeiro o governo espera ter um “número definitivo” de votos a favor da reforma da Previdência.

Marun declarou que a liberação de recursos de bancos públicos em troca de apoio à reforma da Previdência não é “chantagem”, mas sim uma “ação de governo”.

Depois de participar de uma reunião com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, o ministro admitiu que está usando a liberação de dinheiro da Caixa Econômica Federal como moeda de troca para que governadores pressionem deputados a aprovar as mudanças nas regras de aposentadoria.

“Não entendo que seja uma chantagem o governo atuar no sentido que um aspecto tão importante para o Brasil se torne realidade. O governo espera daqueles governadores que têm recursos e financiamentos a serem liberados uma reciprocidade no que tange à questão da Previdência”, completou admitindo que os governadores que não colaborarem poderão ter maior dificuldade na liberação dos empréstimos.

Desde que assumiu o cargo, no dia 15 de dezembro, Carlos Marun tem feito levantamentos dos pedidos de empréstimo e financiamentos de bancos públicos, como a Caixa, a Estados e municípios, condicionando a assinatura dos contratos ao apoio dos governantes à nova Previdência. Questionado sobre possíveis retaliações a quem não apoiar a proposta, Marun disse apenas que a contrapartida será levada em consideração pelo Planalto.

Responsável pela articulação política do governo, o ministro afirmou ainda que Temer vai fazer uma reunião nesta quarta-feira (28) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e outros parlamentares para discutir a estratégia de conquistar votos a favor da nova Previdência, cuja votação está marcada para 19 de fevereiro.

Temer já liberou cargos e emendas parlamentares, além de verba para prefeitos e governadores, e, mesmo assim, não chegou aos 308 votos necessários para aprovar a medida na Câmara.

Muitos deputados resistem em aprovar a medida, considerada impopular, às vésperas de um ano eleitoral. Na tentativa de criar uma vacina a esse discurso, Carlos Marun diz que os parlamentares ligados aos governadores terão ganhos eleitorais “positivos”.

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