Milton Ribeiro diz à PF que recebeu pastor a pedido de Bolsonaro

Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro. Foto: Clauber Caetano/Agência Brasil

Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro. Foto: Clauber Caetano/Agência Brasil

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro afirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que Jair Bolsonaro pediu para receber o pastor Gilmar Santos, suspeito de atuar numa espécie de balcão de negócios dentro do MEC. Ribeiro, que também é pastor, negou privilégios dado ao religioso na pasta.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse o ex-ministro. “Isso não quer dizer que o mesmo gozasse de tratamento diferenciado ou privilegiado na gestão do FNDE ou MEC”. Os relatos foram publicados pelo jornal “Folha de São Paulo”.

O ex-ministro havia admitido que, na liberação de verba para ações na educação, o governo Jair Bolsonaro prioriza prefeituras com pedidos intermediados por dois pastores: Gilmar Santos e Arilton Moura.

“Aquela afirmação, a da gravação, foi feita como forma de prestigiar o pastor Gilmar, na condição de líder religioso nacional, não tendo qualquer conotação de enfatizar os amigos do pastor Gilmar teriam privilégio junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ou Ministério da Educação”, disse.

O inquérito para investigar o ministro foi aberto pela PF na última sexta-feira (25), a partir de uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que por sua vez atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O prazo para conclusão das primeiras diligências é de 30 dias. As suspeitas são de crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa e tráfico de influência.

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