Mandetta adverte Bolsonaro: ‘Estamos preparados para ver caminhões do Exército transportando corpos?’

Luiz Henrique Mandetta. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Luiz Henrique Mandetta. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Após frisar que a pandemia de Coronavírus não é uma “gripezinha”, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou cenários possíveis para a doença no Brasil e advertiu o presidente Jair Bolsonaro e outros ministros durante reunião realizada neste sábado (28), que, se morrerem mil pessoas, será o correspondente à queda de quatro Boeings.

Mandetta questionou: “Estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do Exército transportando corpos pelas ruas? Com transmissão ao vivo pela internet?”

Conforme apuração do jornal “O Estado de S.Paulo”, o ministro fez um apelo para o presidente criar “um ambiente favorável” para um pacto entre União, Estados, municípios e setor privado para todos agirem em conjunto, unificar as regras e medidas e seguir sempre critérios científicos. Sugeriu, inclusive, a criação de uma central de equipamentos e pessoal, para possibilitar o remanejamento de leitos, respiradores e até médicos e enfermeiros de um Estado a outro, rapidamente, dependendo da demanda.

Ainda de acordo com reportagem de Eliane Cantanhêde, Luiz Henrique Mandetta pediu também para que Bolsonaro não menospreze a gravidade da situação nas suas manifestações públicas e, por exemplo, não insista em ir a um metrô ou um ônibus em São Paulo, como chegou a aventar em entrevista coletiva. Mandetta deixou claro que, se o presidente fizesse isso, seria obrigado a criticá-lo. Jair Bolsonaro rebateu dizendo que, nesse caso, iria demiti-lo.

Ainda de acordo com fontes do jornal, Mandetta disse que não tem ambições políticas e nem reivindica nenhuma posição de destaque. Ele também afirmou que ele e sua equipe não vão pedir demissão no meio da crise, mas estão prontos a sair depois dela se for o caso.

Estavam presentes, além do presidente Jair Bolsonaro e Mandetta, os ministros Fernando Azevedo (Defesa), Sérgio Moro (Justiça), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria do Governo), Braga Neto (Casa Civil), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e André Mendonça (AGU) e Antonio Barra Torres (Anvisa).








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