Macron recebe Lula na França com honras de chefes de Estado; assista

Lula e Emmanuel Macron. Foto: Ricardo Stuckert

Lula e Emmanuel Macron. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu nesta quarta-feira (17) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A chegada de Lula, no Palácio do Elysée, residência oficial do mandatário europeu, foi precedida de uma marcha da guarda francesa, honraria para receber chefes de Estado.

No encontro, Macron esteve acompanhado de dois ministros, enquanto o ex-presidente brasileiro participou com o ex-chanceler Celso Amorim e o atual presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante.

Como havia antecipado na terça-feira (16), ao proferir uma palestra no renomado instituto SciencesPo, Lula discutiu com o líder francês a cooperação entre os países europeus e da América Latina na busca de soluções para os desafios globais atuais, como a busca por um comércio mais justo e solidário e a superação da fome, da miséria e dos impactos das mudanças climáticas. Ambos concordaram sobre a necessidade de construção de um mundo multipolar.

Pouco antes do encontro, Lula lembrou que um dos objetivos de sua viagem é colaborar para melhorar a imagem do país no exterior, uma vez que a política externa do governo Bolsonaro só tem levado ao isolacionismo.

“Estou viajando para dizer ao mundo que o que o Brasil tem de melhor é o povo brasileiro. O Brasil não se resume a seu atual governante. Essa é a razão da minha viagem. Recuperar a confiança no Brasil”, publicou Lula no Twitter.

Nos últimos dois anos e meio, a relação entre Brasil e França viveu momentos de tensão e constrangimento. Antes mesmo de assumir a presidência, Jair Bolsonaro foi alvo de questionamentos por parte de Macron. Em Buenos Aires, para um encontro no final de 2018, o francês colocou em dúvida o compromisso do Brasil na questão ambiental. A situação ficou ainda mais incômoda quando Bolsonaro deixou de receber Le Drian, em uma visita ao Brasil. O encontro estava agendado e, poucos minutos antes, o mandatário brasileiro decidiu anular a conversa. No lugar do encontro, ele fez uma transmissão ao vivo em vídeo cortando o cabelo.

Durante a cúpula do G7, em 2019 na França, Macron deixou o Brasil de fora e convidou o Chile como o interlocutor latino-americano. Dias depois, em um ataque pouco elegante, Bolsonaro fez críticas a Brigitte, esposa do presidente francês.

Macron também irritou Bolsonaro ao falar da internacionalização da Amazônia, caso os líderes da região não tomassem medidas para protegê-la. Em resposta, o presidente afirmou em seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, ser “uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade”.

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