Ao lado do assustador desmatamento da floresta amazônica, que já acendeu a luz vermelha dos principais centros compradores de produtos brasileiros, o que se assiste agora é um ataque covarde e desproporcional contra os nativos do nosso país.
Os repetidos sinais do presidente Jair Bolsonaro favorável aos garimpeiros, grileiros, fazendeiros e invasores, conjugado à desmontagem das forças de fiscalização que restavam no Ibama e outros órgãos federais, colocam em risco a vida dos 900 mil indígenas que ainda resistem na luta por suas terras.
Ativistas brasileiros e estrangeiros denunciam que o ministro do Meio-Ambiente, Ricardo Salles, é um dos inimigos dos povos indígenas e talvez o maior defensor no governo – depois do próprio presidente do Brasil – que mais trabalha para que a floresta venha abaixo e ela seja transformada em pasto para gado.
Mesmo com leis favoráveis aos direitos dos indígenas, e artigos constitucionais muito claros, nada disso tem sido suficiente para impedir a ação de invasores e os assassinatos de lideranças nos últimos meses.
O drama mais recente é o crescimento da propagação do coronavírus, que se diz criminoso, e que tem chegado às aldeias. Agora mesmo, surgiu outro problema. Militares estariam predispostos a dar cloroquina aos povos indígenas, medicamento de ineficácia já comprovada. O Exército fabricou grande quantidade do medicamento em nítido desperdício de dinheiro do contribuinte. O Ministério Público Federal está com uma investigação em andamento.
Na sexta-feira, o líder Dário Yanomami teve a oportunidade de relatar tudo isso ao vice-presidente general Hamilton Mourão. Chegou a circular que existiriam 20 mil garimpeiros ilegais em território Yanomami. O vice-presidente, para surpresa de todos, disse que isso não é verdade e que o número estimado é de “3.500”. Esta declaração foi o suficiente para ele ser massacrado nas redes sociais. “Faça alguma coisa, então!”, foi a frase mais repetida.
1. A retirada de todos os invasores da Terra Indígena Yanomami;
2. A destruição de todo equipamento usado para a prática de crimes e a destruição de pistas de pouso clandestinas, que são utilizadas para abastecer o garimpo e alimentar a continuidade dos garimpeiros na TIY;
3. A prisão dos invasores e o avanço de investigações aprofundadas sobre a cadeia do ouro ilegal, que possam identificar e punir os responsáveis pelo financiamento do garimpo ilegal dentro da TIY;
4. A reabertura das Bases de Proteção etno ambiental de Serra da Estrutura e Korekorema e a manutenção da Base no rio Mucajaí, a fim de impedir que invasores continuem a entrar naTIY;
5. O fortalecimento da fiscalização no espaço aéreo de Roraima e Amazonas, a fim de identificar aeronaves que realizam voos clandestinos em direção à Terra Indígena Yanomami para abastecer a atividade garimpeira ilegal;
6. Um plano de alerta precoce e resposta rápido que possa ser rapidamente executado para retirar novos invasores;
7. A elaboração e implementação de um Plano de Proteção e Fiscalização da TIY por uma comissão interinstitucional incluindo o Exército, FUNAI, IBAMA, ICM Bio, Receita Federal, MPF, MJ e representantes indígenas.
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