Lula pacificador, o terrorismo e a leniência às vésperas da Posse

O Brasil vive um misto de expectativa e apreensão nos dias que antecedem a Posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro de 2023.

Num cenário nunca antes visto desde a redemocratização do país, são crescentes os atos golpistas de grupos pró-Bolsonaro desde as eleições de 30 de outubro.

Bloqueios de estradas, depredação na capital Federal, tentativa de invasão de prédios públicos e, no último final de semana, a preparação de uma ação terrorista.

Do outro lado, diante de uma parcela da população armada com a facilitação indiscriminada do porte durante os quatro anos do mandato que se encerra nesta semana, causa estranheza uma certa leniente complacência de instituições de Estado frente às ameaças ao direito de ir vir dos cidadãos e a inoperância na inteligência para identificar e bloquear a onda golpista.

A demora e tímida punição dos criminosos, a permissividade do Exército em permitir as ocupações em suas QGs e o silêncio do atual presidente, que ainda não reconheceu publicamente a derrota e não repudia o vandalismo e o terror, aumentam o clima de tensão até que o escolhido pela maioria, de forma democrática, assuma o Poder.

Lula compartilhou, nesta segunda-feira (26), mensagem onde faz um apelo pela recuperação do diálogo e do entendimento no país.

O texto foi divulgado junto de vídeo da campanha do petista onde defende que sua missão, em um novo mandato, é fazer o povo brasileiro voltar a sorrir.

“Esse é um compromisso nosso: de voltar a fazer com que esse país volte a sorrir, volte a ter tranquilidade, que as famílias possam se encontrar outra vez, para comer o saudoso churrasquinho que faz tanta falta na casa das pessoas, para que as pessoas voltem a se encontrar entre famílias”, disse Lula (relembre):
https://twitter.com/LulaOficial/status/1607431203464052737?ref_src=twsrc%5Etfw

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A mensagem do presidente eleito foi divulgada após a tentativa de ato terrorista em Brasília. No feriado de Natal, um apoiador golpista de Jair Bolsonaro (PL) planejava explodir o aeroporto da capital.

O homem que plantou um explosivo em um caminhão de combustível é George Washington de Oliveira. Ele foi autuado pelo crime de terrorismo, preso, confessou o ato e afirmou que sua motivação foi ideológica como o objetivo de iniciar o caos.

Em depoimento, George afirmou ser gerente de postos de gasolina. Em audiência de custódia realizada no domingo (25), afirmou ter renda mensal entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.

O bolsonarista, no entanto, declarou ter comprado R$ 170 mil em armas que seriam usadas no atentado. Ainda na mesma audiência, afirmou ter conversado “com um importante general do Exército” e alertado sobre possível “derramamento de sangue” caso não houvesse intervenção das Forças Armadas.

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Mesmo diante das iminentes ameaças ao Estado Democrático de Direito, o novo governo manteve, até o momento, o mesmo plano para a Posse. Lideranças petistas seguem convocando o público para a festividade no Distrito Federal.

Aliados de Lula informaram nesta segunda que o trajeto em carro aberto, tradicional neste tipo de evento, está mantido, assim como o show que contará com uma série de artistas na Esplanada dos Ministérios.

Além de não reconhecer a derrota, Bolsonaro também não se pronunciou sobre a cerimônia de transmissão da faixa presidencial, nem desocupou o Palácio da Alvorada.