Lula nega compra de votos na escolha da Olimpíada no Rio

Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Reprodução

Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há quase dois meses em Curitiba, negou que tenha ocorrido compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, conforme acusação feita pelo Ministério Público Federal.

Lula depôs nesta terça-feira (5), por videoconferência, como testemunha de defesa de Sérgio Cabral no processo em que o ex-governador é acusado de participar de um esquema de compra de votos para que o Brasil sediasse a competição.

“Só lamento que venha uma denúncia de compra de delegados oito anos depois (da vitória da campanha brasileira para sediar as Olimpíadas). Não sei quem fez a denúncia e não me interessa saber. Estamos num momento de denuncismo”, declarou Lula.

A defesa de Cabral apontou que os pontos colocados por Lula demonstram que havia um clima favorável para que o Brasil sediasse os Jogos Olímpicos. Já o Ministério Público aponta pagamento de US$ 2 milhões em propinas para que o Brasil sediasse as Olimpíadas.

O ex-presidente disse que realizou reuniões com dirigentes de países como China Dinamarca e Suíça para conseguir o apoio necessário para que o Brasil sediasse a competição. Ainda segundo ele, o apoio dos países da África à postulação do Brasil foi algo “natural”, uma vez que em seu governo o país se aproximou do continente africano ao ampliar o comercio internacional e ao abrir diversas embaixadas.

Defesa pede liberdade de Lula ao STF e STJ

A defesa de Lula entrou com novo pedido de liberdade nos tribunais superiores, Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ). A petição é para que as Cortes suspendam os efeitos da condenação no caso do triplex no Guarujá até que julguem no mérito os recursos extraordinário (analisado no STF) e especial (do STJ).

Os recursos, contra a condenação que resultou na prisão de Lula, ainda precisam ser admitidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que, no início do mês, rejeitou a concessão de efeito suspensivo no caso.

Segundo os advogados, como pré-candidato à presidência da República, Lula corre “sérios riscos” de ter seus “direitos políticos” indevidamente cerceados, o que é “gravíssimo e irreversível” frente ao processo eleitoral em curso.

A defesa do ex-presidente volta a reclamar de execução antecipada da pena de Lula, chamando-a de ilegal e inconstitucional. Para os advogados, ao autorizar a prisão após condenação em segunda instância, o STF não estabeleceu o encarceramento automático, o que teria ocorrido no caso do ex-presidente, de acordo com os advogados.

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