Luana Araújo na CPI: ‘Brasil está na vanguarda da estupidez mundial’

Luana Araújo. Foto: Reprodução do YouTube

A infectologista Luana Araújo foi a convidada desta quarta-feira (2) para falar na CPI da Covid-19, em participação que se estendeu até o final desta tarde.

+ Veja a cobertura completa da CPI da Covid-19 no Senado Federal

A médica foi chamada pelo ministro da Saúde Marcelo Queiroga para integrar a equipe do Ministério mas, dez dias depois, teve sua nomeação negada. Sobre isso, contou que foi informada por Queiroga que seu “nome não passaria na Casa Civil”.

Ao falar no Senado Federal, Araújo fez duras críticas ao chamado tratamento precoce contra o novo coronavírus, uma das bandeiras do governo do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), de seus aliados e eleitores.

Para ela, “discutir o tratamento precoce é o mesmo que debater sobre de que borda da Terra plana vamos pular”. Indignada, desabafou ao dizer que a gestão do país no enfrentamento da maior crise sanitária da história coloca o “Brasil está na vanguarda da estupidez mundial”.

Luana afirmou ainda que a “polarização (política) esdrúxula” afasta talentos do governo e que médicos infectologistas receberam ameaças nesse período. Sobre o fato de ela ter sido excluída do Ministério, Renan Calheiros (MDB), relator da CPI, ironizou dizendo que a decisão foi acertada, pois “ela é muito lúcida para integrar o governo de Jair Bolsonaro”.

Na vez do vice-presidente da Comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede), foi exibido um vídeo com declarações polêmicas de Bolsonaro, desde o início da pandemia, sobre as quais ele pediu a opinião de Luana:

“Não é possível ouvir uma declaração, ou um conjunto de declarações, de quem quer que seja, não estou personalizando na figura do presidente, de quem quer que seja, nesse momento, sem sofrer um impacto quase que emocional, além do racional”.

Confrontada por senadores governistas, que citaram estudos que supostamente comprovariam a eficácia de tratamentos com medicamentos sem constatação científica reconhecida para combater o novo coronavírus, Luana questionou como estes estudos foram feitos e que, caso eles realmente provem, no futuro, ter procedência, que isso seria algo extraordinário, não só para o Brasil, mas para todo o mundo.

“Na hora que você obtém a informação de qualidade e passa essa informação de uma forma que a pessoa tenha condições de compreender, não é mais esse tipo de comportamento que a gente espera que aconteça. A mim, me dói”.

Ao final de sessão, houve discussão entre o presidente Omar Aziz (PSD) e dois senadores da situação, sobre as alterações no cronograma dos trabalhos da CPI. Aziz divulgou, pela manhã nas redes sociais, um novo calendário das oitivas do colegiado. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi convocado a prestar novo depoimento na próxima terça-feira (8). O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antonio Élcio Franco, será ouvido no dia seguinte.

+ assista ao vídeo da reunião da CPI na íntegra:

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