Loja proíbe entrada de homens após casos de assédio em São Paulo

Cartaz sobre proibição da entrada de homens em loja após casos de assédio contra clientes. Foto: Arquivo Pessoal/Andrea Costa

Cartaz sobre proibição da entrada de homens em loja após casos de assédio contra clientes. Foto: Arquivo Pessoal/Andrea Costa

A empresária Andrea Costa decidiu impedir a entrada de homens com comportamentos desrespeitosos e machistas em uma loja de roupas e acessórios da qual é dona.

“Homens, se não forem provar, esperem do lado de fora da loja”, informa um dos avisos fixados na vitrine do estabelecimento, localizado em São José dos Campos, no interior de São Paulo.

Os cartazes também citam que não são bem-vindos ao estabelecimento comercial rapazes que desaprovam o que as parceiras gostam, os que traem a mulher, os avarentos e os que, mesmo casados, paqueram outras moças.

A medida foi tomada após inúmeros casos de assédio contra as clientes e funcionárias do local. “Eles (homens) entravam na loja, ficavam atrás das mulheres, quando não era depreciando o corpo delas, era olhando para elas trocando de roupa no provador através das cortinas. Temos um estúdio de fotografia dentro da loja e muitos homens vinham e entravam apenas para olhar as modelos”, contou ao G1.

Cartaz sobre proibição da entrada de homens em loja após casos de assédio contra clientes. Foto: Arquivo Pessoal/Andrea Costa
Cartaz sobre proibição da entrada de homens em loja após casos de assédio contra clientes. Foto: Arquivo Pessoal/Andrea Costa

Segundo Andrea, ela precisou criar ambientes estratégicos dentro do local para que os homens que acompanham suas mulheres não tenham acesso visual ao estúdio, mas eles se recusam a esperar no local, insistindo em permanecer perto dos provadores e estúdio.

“Às vezes preciso fechar a vitrine, porque muitos deles ficam no vidro tentando olhar para as modelos. Outros humilhavam as companheiras, reclamando do decote ou desautorizando o uso de uma ou outra peça de roupa. É muito constrangedor para nós, para os clientes, para minhas funcionárias. Foi o único jeito de oferecer segurança para todas aqui”, afirmou.

Violência e Assédio contra mulher

Em 2020 uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) 1 em cada 4 mulheres brasileiras (24,4%) acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência, durante a pandemia de covid-19.

“Precisamos de ações contundentes como essa para criar uma sociedade melhor e mais justa para todos”, concluiu.

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