Líder do PSL chama Bolsonaro de ‘vagabundo’ e diz que vai ‘implodir o presidente’

Delegado Waldir. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Delegado Waldir. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em meio a crise no PSL, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir afirmou em áudio obtido pela Record TV que pretende “implodir” o presidente Jair Bolsonaro, a quem se refere como “vagabundo”.

Na conversa gravada no gabinete do deputado durante reunião interna da ala ligada ao presidente da sigla, Luciano Bivar, Waldir diz que divulgaria um áudio comprometedor a Bolsonaro.

“Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”, diz o líder do PSL.

Durante a reunião, deputados relataram que estavam sendo pressionados por pelo presidente a assinar uma lista para destituir Waldir e apoiar o nome de Eduardo Bolsonaro como líder da bancada.

Dois parlamentares relataram ter recebido os pedidos em reunião com o próprio presidente no Palácio do Planalto. “Os meninos chegaram lá e o presidente disse: assino se não é meu inimigo”, diz uma das presentes. “Eu não consegui não assinar”, responde o deputado Luiz Lima (PSL-RJ). O deputado Loester Trutis (PSL-MS)
também diz ter sido pressionado.

Na quarta-feira (16), Bolsonaro ligou para diversos deputados para convencê-los a assinar um documento para tirar Waldir e colocar Eduardo. O site da revista “Época” divulgou um áudio com o presidente Bolsonaro pedindo assinatura possivelmente a um deputado do PSL não identificado com o objetivo de obter apoios para tirar o Delegado Waldir da liderança do partido na Câmara.

Ao sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro falou aos jornalista que, se alguém o “grampeou”, foi um ato de desonestidade: “Eu não trato publicamente deste assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou telefone, primeiro é uma desonestidade”.

Embora o grupo ligado a Bolsonaro tenha apresentado uma lista com 27 nomes para destituir Waldir, a Câmara não aceitou todas as assinaturas e o manteve na liderança.

Jair Bolsonaro e Luciano Bivar estão há mais de uma semana em atrito, após o presidente dizer que o colega de partido está “queimado pra caramba”. Bivar também foi alvo de operação da Polícia Federal que investiga suposto esquema de candidaturas laranjas.

Delegado Waldir recua e diz não ter nada contra Bolsonaro

Após a repercussão da gravação, o Delegado Waldir recuou e afirmou ao jornal “O Globo” não ter “nada” para usar contra Bolsonaro: “É uma fala num momento de emoção, né? É uma fala quando você percebe a ingratidão. Tenho que buscar as palavras. Tenho que buscar as palavras”, disse Delegado Waldir, acrescentando: “Nós somos Bolsonaro. Nós somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim ela volta ao aconchego”.

O deputado também falou que é possível “pacificar” a bancada do PSL. Segundo ele, os 53 parlamentares votarão “integralmente” conforme os interesses do governo.

Comentários

 




    gl